O ramo automóvel está em alta mas estão dispensados os condutores. Pelo menos esta parece ser a tendência que as empresas de tecnologia estão a imprimir nos seus projectos.
O terceiro maior serviço de pesquisas do mundo, o poderoso Baidu, quer, até ao final deste ano, colocar no mercado protótipo de carro autónomo… é a Internet agora quem faz carros?
Parece que o mundo da tecnologia está a dominar os segmentos, até o da indústria automóvel. A poderosa empresa chinesa Baidu, proprietária do terceiro maior motor de pesquisa do mundo, maioritariamente usado na China, revelou ontem que quer lançar até ao final deste ano o seu protótipo de veículo autónomo em colaboração com alguns fabricantes de automóveis, mas não especificou quem eram os possíveis parceiros.
Jin Wang, vice-presidente da Baidu para o mercado tecnológico, disse, na conferência da semana passada 2015 China Cloud Computing, que teve lugar em Beijing, que a Baidu irá revelar um protótipo de um veículo autónomo na segunda metade deste ano. As declarações foram parcas e não deixou claro se este veículo estará já apto a circular, mesmo em modo teste, nas estradas públicas.
Este anúncio não é de agora, já que em Julho do ano passado, a empresa chinesa já tinha confirmado estar a trabalhar neste projecto, o que poderá agora estar numa fase muito mais avançada permitindo já testas num nível mais elevado de exigência e perícia. Como foi dado a conhecer, um dos parceiros que se falou foi a BMW. Mas a empresa germânica foi clara ao dizer que “nós não chamamos a isso um carro sem condutor”.
A Baidu tem a intenção de reunir os seus dados, muitos dados de orientação, de conhecimentos de mapeamento e de informações conseguidas ao longo destes anos, que reuniu num organismo, o Baidu Institute of Deep Learning, para melhorar a experiência do seu veículo autónomo. Este instituto, que foi apelidado de Baidu Cérebro, é uma unidade avançada de pesquisa, uma espécie de Google X.
A empresa gigante das pesquisas quer tirar proveito da inteligência artificial para colocar ao serviço de um mercado colossal, como é o chinês, onde a viabilidade de projectos deste âmbito é possível e o impacto é enorme. Para termos uma ideia da dimensão, no ano passado, Baidu Mapas ultrapassou 200 milhões de utilizadores activos mensais. É a app de mapas online mais popular na China.
O seu concorrente, a Google, já leva, contudo, um avanço no terreno, mas noutras paragens… mercado que a China também quer conquistar.