A responsabilidade ética das empresas é cada vez mais uma preocupação. O consumidor é cada vez mais atento e exigente e não há grande margem para deslizes. É assumida a clara preocupação pelo meio ambiente, mas a resposta ao elevado número de encomendas de iPhones tem colocado a nu, ao longo dos anos, as condições de trabalho das empresas associadas à produção dos seus equipamentos.
No entanto, hoje surge a notícia de que a empresa suspendeu o negócio com um dos seus principais parceiros de produção, depois de descobrir que violava as regras de trabalho de trabalhadores-estudantes.
O problema das condições de trabalho em empresas asiáticas é mais do que conhecido e é, infelizmente, sustentado pelas grandes empresas mundiais. Com a globalização e com cada vez mais informação, são muitas vezes os consumidores que exigem uma responsabilidade por parte destas empresas.
O site Bloomberg revelou que a empresa Pegatron de Taiwan classificou de forma errada trabalhadores para permitir que trabalhassem em turnos noturnos e horas extras.
Apple e a luta pelas condições de trabalho nas empresas com quem trabalha?
De acordo com a publicação, a Pegatron fez um grande esforço para encobrir os delitos, mas a Apple acabou por descobrir há várias semanas. Como tal, as negociações entre ambas foram suspensas, até que esta situação seja regularizada. Esta foi uma informação da Apple, dada através de comunicado.
Esta não é a primeira vez que a Pegatron é associada a estes casos de violação das leis laborais. Já no passado aqui revelámos imagens associadas à fabricante que mostravam as condições em que viviam os trabalhadores, além dos longos turnos que tinham que praticar para responder às encomendas da Apple.
Mas esta não é a única. Casos recorrentes com a Foxconn também já forma mais do que expostos. Ainda em 2017, com o iPhone X, os trabalhadores-estudantes tinham que fazer 11 horas de turno seguidas, para responder às necessidades da Apple. Em 2019, cenário semelhante de violação das leis laborais foram detetadas.
De facto, a Apple pediu agora à Pegatron para corrigir o problema para poderem avançar com os seus negócios juntas… mas atenção, apenas novos negócios. A publicação do Bloomberg refere que os compromissos assumidos já no passado, não foram cancelados.
Ainda assim, caso o processo seja demorado, há o risco da Luxshare, concorrente da Pegatron, venha a ganhar o negócio da produção dos próximos iPhones.