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Afinal não é só a Samsung a impulsionar os benchmarks

Nos últimos meses, o mercado tecnológico tem tido bastante movimento com a apresentação dos novos produtos das variadas marcas. A inovação é sempre um factor essencial para o sucesso, e isso tem fica comprovado.

Ontem, numa investigação levada a cabo pelo site Ars Technica, desvendou que a Samsung activou  novamente o mecanismo para elevar, ao máximo, a performance dos seus equipamentos nas mais conhecidas aplicações de benchmarks, (Geek, AnTuTu, Quadrant, etc).

Apesar de ser a Samsung que está na baila sobre este assunto, será que é a única empresa a fazer tal coisa?

De forma a desmistificar e a esclarecer o assunto de uma vez, o site que em Julho deu a conhecer o mecanismo no S4, AnandTech, disponibilizou uma tabela de equipamentos que testaram onde mostra que não é só a Samsung a incluir mecanismos deste género, apesar de ser a única a incluir todos os mais usados.

Dispositivo SoC Aplicações
3DM AnTuTu AndEBench Basemark X Geekbench 3 GFXB 2.7 Vellamo
ASUS Padfone Infinity Qualcomm Snapdragon 800 N S N N N N S
HTC One Qualcomm Snapdragon 600 S S N N N S S
HTC One mini Qualcomm Snapdragon 400 S S N N N S S
LG G2 Qualcomm Snapdragon 800 N S N N N N S
Moto RAZR i Intel Atom Z2460 N N N N N N N
Moto X Qualcomm Snapdragon S4 Pro N N N N N N N
Nexus 4 Qualcomm APQ8064 N N N N N N N
Nexus 7 Qualcomm Snapdragon 600 N N N N N N N
Samsung Galaxy S 4 Qualcomm Snapdragon 600 N S S N N N S
Samsung Galaxy Note 3 Qualcomm Snapdragon 800 S S S S S N S
Samsung Galaxy Tab 3 10.1 Intel Atom Z2560 N S S N N N N
Samsung Galaxy Note 10.1 (2014 Edition) Samsung Exynos 5420 S (1.4) S (1.4) S (1.4) S (1.4) S (1.4) N S (1.9)
NVIDIA Shield Tegra 4 N N N N N N N

A AnandTech começou a juntar estes dados desde Julho, depois do lançamento do Galaxy S4 que foi o primeiro caso detectado e desvendado em público. À excepção da Apple,  Motorola e dos equipamentos Nexus (pelo menos o Nexus 4 e Nexus 7), literalmente, todos os OEMs que já fabricaram equipamentos móveis já incluíram mecanismos de optimização de CPU.

É possível que os dispositivos mais antigos da Motorola possam também ter tido sistemas semelhantes, mas nenhum dos dispositivos mais recentes tem.

De acordo com o portal AnandTech, este problema já pode vir desde os últimos dois anos, e como mostra a tabela em cima não é só a Samsung a fazer-lo actualmente, apesar, como seria óbvio, a gigante Sul-Coreana ser a mais atacada, principalmente pelo seu rival directo, Apple.

Nenhum dos equipamentos Nexus inclui mecanismos para fazer boost à performance, o que é compreensível, já que o Android AOSP não tem qualquer tipo personalização e optimizações. Isto também explica o porquê de vários relatos de programadores, utilizadores e da própria AnandTech, a performance do Nexus 4 ter menos rendimento que outros equipamentos com hardware semelhante. A falta de “ajustamentos” no sistema, kernel, SoC, etc, faz com que o poder do hardware não seja devidamente aproveitado.

Talvez por isso que, os que compram equipamentos Nexus, também acabam por ir para custom roms.

Apesar do LG G2 ter praticamente o mesmo tipo de hardware que o Galaxy Note 3 (GT-I9005) e fazer também boost na performance, nos testes apresentados no gráfico em baixo, mostramos que mesmo o Note 3, sem o boost activado, consegue esmagar o topo de gama da LG.

Esta situação deve-se ao facto da LG ter sérias dificuldades em fazer optimizações ao Android e ao hardware..

Os vários fabricantes de SoCs, nunca optimizam o CPU para a sua máxima potência. Existem vários factores para isto:

A algum tempo atrás, a Apple percebeu que a corrida por melhores especificações não era sinónimo de domínio de mercado. O consumidor final preocupa-se ou deveria preocupar-se com a experiência de utilização e não com números abstractos que podem ou não ser usados pelo sistema e pelas várias aplicações que o utilizador pode instalar.

É verdade que a Apple fala sobre performance, mas é relativamente ao melhoramento da performance em relação a modelos anteriores. É isto que interessa ao consumidor final, é desta forma que o consumidor percebe as coisas.

Um benchmark não é sinónimo que um equipamento é melhor que outro nem muito menos é usado como referência para isso, o que torna um equipamento melhor que outro é a experiência de utilização tenha este um CPU com X ou Y frequência. Nunca tivemos conhecimento de casos de recomendação de equipamentos sobre a base de scores XPTO em benchmarks.

O facto dos fabricantes de SoCs não proibirem extra-optimizações, levam a que outros fabricantes possam querer arriscar em mostrar o que é a performance máxima do hardware que têm.

A inclusão destes mecanismos de boost são simplesmente para fins de marketing. Os fabricantes Android (não tendo o Android culpa disso) continuam na corrida de qual o que tem o melhor hardware. O motivo que move os fabricantes a fazerem isso é que é isso o que faz os consumidores comprarem os seus equipamentos topo de gama. Pela mesma questão de marketing que o suporte em actualizações não é bom, trata-se de uma forma de ludibriar o consumidor a ter que comprar os equipamentos mais recentes ou então recorrer a suporte out-of-box.

Acham que os demais fabricantes deveriam deixar de se preocuparem com o ter o maior hardware e começarem a preocupar-se realmente na experiência de utilização e nas actualizações?

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