Os entusiastas aguardavam e, esta quinta-feira, a Bitcoin passou os 100 mil dólares, num marco significativamente importante para o mercado da criptomoeda.
A Bitcoin foi além dos 100 mil dólares. A maior criptomoeda do mundo foi negociada pela última vez a 103,225.
Desde a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, a 5 de novembro, o preço da criptomoeda subiu cerca de 45%. O mercado tem estado confiante de que o governo que chegará à Casa Branca em janeiro proporcionará um ambiente regulatório positivo para as criptomoedas.
Especialistas reagem ao recorde da Bitcoin
Segundo Shoki Amori da Mizuho Secutirties, em Tóquio, citado pela Reuters, “os investidores individuais devem estar entusiasmados em ver o preço da Bitcoin chegar a 100 mil dólares, após a notícia de que Paul Atkins foi nomeado presidente da SEC [em português, Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos]”.
Os mercados sabiam que Gensler estaria a deixar o cargo e que haveria alguém menos agressivo nas regulamentações de criptomoeda. Claro, isso não significa que a Bitcoin se recuperará para sempre, pois haverá movimentos para realizar lucros.
Acho que se a Bitcoin se recuperasse mais a partir daqui, outras criptomoedas deveriam recuperar-se um pouco primeiro, como a Ethereum. A Ethereum parece barata em relação à Bitcoin
A comunidade de criptografia está a procurar manchetes positivas para elevar ainda mais os preços da criptomoeda.
Para Jeff Mei, chefe de operações da BTSE, de Hong Kong, “o aumento da Bitcoin para além da marca dos 100.000 dólares não é apenas um marco; representa um momento crucial para a indústria da criptomoeda”.
A confiança é estimulada por um ambiente regulatório cada vez mais favorável nos Estados Unidos, particularmente com a nomeação de Paul Atkins para presidir a SEC. É provável que isto impulsione mais investimentos institucionais no setor, dando mais credibilidade à Bitcoin e conduzindo a uma nova onda de adoção.
Olhando para o futuro, a Bitcoin poderá atingir alturas ainda maiores, à medida que mais instituições começarem a percebê-la como uma reserva de valor viável e a afetar fundos a ETF Bitcoin.
Também espero que mais instituições passem a investir em ETF de Ethereum, que não tem sido tão popular como os de Bitcoin até à data.
Na perspetiva de Geoff Kendrick, diretor global de investigação de ativos digitais da Standard Chartered, em Londres, “no final do dia, é apenas um número… mas a realidade é que conseguimos chegar a este nível, porque a indústria se institucionalizou este ano em particular; e isso é principalmente os investimentos em ETF”.
Cerca de 3% da oferta total de Bitcoin que alguma vez existirá foi comprada em 2024 por dinheiro institucional.
O analista da IG, em Sydney, Tony Sycamore, disse “é provável que este seja o catalisador para a próxima onda de compra dinâmica que a leva para a próxima parada de 105 mil dólares, antes dos 120 mil dólares em 2025”.
Conforme citado pela Reuters, o analista sénior do mercado financeiro, na capital.com, em Melbourne, Kyle Rodda, opinou que “é um marco enorme para os verdadeiros crentes e possivelmente uma prova da legitimação do ativo”.
Dado o risco regulamentar reduzido, o apelo continuado de ativos não fiduciários devido à perceção do excesso fiscal dos Estados Unidos e maiores riscos geopolíticos, há fatores que poderiam apoiar os preços a subir.
Segundo Bobby Ong, cofundador da Coingecko, “a importância psicológica de dos 100 mil dólares também está a atrair novos investidores e a impulsionar o sentimento do mercado”.
Esta recuperação demonstra a posição da Bitcoin como uma inovação financeira líder, solidificando a sua reputação como uma reserva digital de valor e uma proteção contra as incertezas económicas tradicionais.
Também sublinha a crescente aceitação das criptomoedas como uma classe de ativos legítima.
Com os 100.000 dólares atingidos, a opinião dos especialistas é consensual: a Bitcoin está a ganhar maturidade, com a confiança que lhe é depositada a corroborá-lo.