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Reino Unido testa robô que pode ocupar os lugares das crianças ausentes na escola

Se robôs ou projetos de robô preparados para substituir seres humanos nas fábricas são já frequentes, máquinas para ocupar o lugar de crianças que faltam à escola são um conceito novo. Contudo, o Reino Unido acredita que podem ser pertinentes.


A robótica tem-nos permitido desbravar um novo mundo de possibilidades, com as máquinas a revelarem-se úteis em cada vez mais contextos.

Indo além dos robôs das fábricas ou daqueles que podem ser empregados domésticos, o Reino Unido está a testar um dispositivo que permite que os alunos assistam às aulas a partir de um “espaço seguro”.

Num novo relatório do Centre for Young Lives e da iniciativa Child of the North sobre o tema, Anne Longfield, presidente executiva do Centre for Young Lives e ex-comissária infantil da Inglaterra, afirmou que o desenvolvimento de um ambiente escolar “mais inclusivo” poderia ajudar a resolver a crise de assiduidade, em vez de uma abordagem de “one-size-fits-all”.

Afinal, “as razões pelas quais as crianças faltam à escola são muitas vezes complexas e não existe uma solução milagrosa”.

No entanto, a abordagem única e frequentemente punitiva que os governos anteriores adotaram para combater as faltas deve ser relegada para o passado. Simplesmente, ameaçar os pais com multas não está a funcionar para muitas famílias e não está a reduzir as taxas de absentismo grave.

 

Pais são multados, caso os filhos faltem à escola

Segundo o Sky News, estas multas por ausência aumentaram de 60 libras para 80 libras e um progenitor que receba uma segunda multa pelo mesmo filho num período de três anos receberá automaticamente uma multa de 160 libras.

Além disso, se um progenitor exceder duas multas por criança num período de três anos, são consideradas outras ações, como uma ordem parental ou uma ação judicial. Os que forem processados poderão ver aplicada uma coima de até 2500 libras.

Apesar das multas e das potenciais sanções, dados divulgados, recentemente, revelam que, em Inglaterra, o número de alunos que faltam a pelo menos metade das aulas continua a aumentar.

Cerca de 158.000 alunos estiveram “gravemente ausentes” durante os períodos de outono e primavera de 2023-24, em comparação com 139.000 no mesmo período de 2022-23, de acordo com dados do Departamento de Educação.

 

De que forma um robô pode contribuir para um ambiente mais inclusivo?

Basicamente, para permitir que crianças que precisem possam assistir às aulas a partir de casa, por exemplo.

Considerando o insucesso das multas, o mesmo relatório revelou os primeiros dados de um projeto-piloto em Wirral, Merseyside, que mostram que os robôs de telepresença AV1, fabricados pela empresa No Isolation, podem ajudar a resolver problemas de participação e assiduidade.

O robô senta-se no lugar do aluno na aula e este acede a uma transmissão em direto por via de um tablet, num espaço considerado seguro, por exemplo, em casa ou numa sala diferente dentro da escola.

O relatório partilhou que os robôs ajudaram a aumentar a assiduidade das crianças em 21% e a aumentar o número de horas de aprendizagem dos alunos em 42%.

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