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Reguladores americanos rejeitaram os testes dos chips cerebrais da Neuralink em humanos

Elon Musk tenta escrever direito, mas as linhas parecem sair-lhe tortas. Afinal, embora tivesse planos claros para começar, em breve, os testes dos chips cerebrais, desenvolvidos pela sua Neuralink, os reguladores americanos trocaram-lhe as voltas e rejeitaram a proposta.


Por aqui, já falámos várias vezes da Neuralink: uma empresa cofundada por Elon Musk que procura desenvolver implantes cerebrais que, futuramente, deverão auxiliar pacientes, em vários contextos, através de uma ligação entre o cérebro humano e um computador.

 

Neuralink investigada e impedida de testar chips cerebrais em humanos

Assim como acontece com uma vasta variedade de outros produtos, a Neuralink começou por realizar testes em animais. Contudo, não tardou até ser acusada de maus tratos. Em fevereiro do ano passado, mostramos-lhe que a empresa estava a ser apontada, pelo Physicians Committee for Responsible Medicine (PCRM), um grupo dedicado aos direitos dos animais, por estar a utilizar macacos para realização de testes e a submetê-los a sofrimento extremo.

Quase um ano depois, mas, dessa vez, pela mão do inspetor-geral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América, a pedido de um dos procuradores-gerais, a Neuralink voltou a ser alvo de investigação devido a alegados maus tratos a animais.

Embora as alegações e consequentes investigações não tenham impedido a empresa de continuar a rumar em direção ao objetivo, essas foram suficientes para a Food and Drug Administration (FDA) rejeitar o início dos testes do implante cerebral em seres humanos. Conforme alertou, em 2022, há “dezenas” de questões de segurança que precisam de ser, antes disso, resolvidas.

As principais preocupações da agência em matéria de segurança envolveram a bateria de lítio do dispositivo; a potencial migração dos minúsculos fios do implante para outras áreas do cérebro; e questões sobre se e como o dispositivo pode ser removido sem danificar o tecido cerebral.

Revelaram atuais e antigos funcionários da Neuralink.

Segundo adiantou a Reuters, a FDA procura garantir que “é muito improvável que [a bateria] falhe”. Isto, porque a descarga de corrente elétrica de uma unidade corrompida poderia fritar o tecido circundante. Além disso, os reguladores temem que, caso o dispositivo precise de ser removido – seja isso para substituição ou para eventuais atualizações -, o tamanho minúsculo dos cabos elétricos resulte numa expansão para outras partes do cérebro.

No ano passado, durante uma conferência, Elon Musk mostrou-se muito confiante, relativamente à autorização. Segundo ele, chegaria dentro de seis meses. Contudo, a FDA não está a facilitar.

Ele tem de perceber que isto não é um carro. Isto é o cérebro de uma pessoa. Isto não é um brinquedo.

Disse um funcionário, à Reuters.

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