Apesar das vantagens, o desenvolvimento da tecnologia também acarreta resultados questionáveis e, em determinados casos, preocupantes. A britânica NSPCC recolheu uma amostra de dados e alertou que os pedófilos estão a começar a utilizar a Realidade Virtual para verem imagens de abuso de crianças.
Enquanto transtorno psiquiátrico, a pedofilia motiva fantasias, desejos ou comportamentos sexuais que envolvem crianças, normalmente menores do que 13 anos. Aparentemente, os pedófilos estão a recorrer à Realidade Virtual para terem acesso a imagens de abusos. De acordo NSPCC (National Society for the Prevention of Cruelty to Children), os números são “incrivelmente alarmantes, mas refletem apenas a ponta do iceberg”.
A associação britânica recolheu uma série de dados e, com base nos resultados, está a solicitar alterações à Online Safety Bill, por forma a evitar que mais crianças sejam expostas a abusos. Conforme averiguou, a utilização de Realidade Virtual foi registada em oito casos, em 2021/22. De acordo com a Sky News, esta foi a primeira vez que a tecnologia foi “especificamente mencionada nos relatórios de crimes”.
Durante esse período de tempo, a polícia registou 30.925 crimes a envolver imagens obscenas de crianças. Desses, 9.888 casos foram registados em redes sociais: Snapchat 4.293 vezes, Facebook 1.361, Instagram 1.363 e WhatsApp 547.
Estes novos números são incrivelmente alarmantes, mas refletem apenas a ponta do iceberg daquilo que as crianças estão a experienciar online.
Ao criar um defensor da segurança infantil que represente as crianças e as famílias, o governo pode assegurar que a Online Safety Bill previne sistematicamente o abuso.
Afirmou Peter Wanless, chefe executivo da NSPCC, acrescentando que “seria indesculpável se dentro de cinco anos ainda estivéssemos a brincar aos abusos generalizados cuja proliferação tem sido autorizada nas redes sociais”.
A alteração que a NSPCC sugere resultaria numa responsabilização criminal dos gestores das redes sociais, no caso de as crianças serem expostas a abusos.
A proteção das crianças está no centro da Online Safety Bill e incluímos medidas duras e de liderança mundial para atingir esse objetivo, assegurando ao mesmo tempo que os interesses das crianças e das famílias são representados através do comissário para as crianças.
As plataformas de realidade virtual serão forçadas a manter as crianças a salvo da exploração e a remover conteúdos infames de abuso infantil. Se as empresas não conseguirem combater eficazmente este material, enfrentarão enormes multas e poderão enfrentar sanções criminais contra os seus gestores.
Garantiu um porta-voz do governo.
As redes sociais já se expressaram
Tendo em conta as exigências, um porta-voz da Meta, proprietária do WhatsApp, Facebook e Instagram, disse que esse “conteúdo horrível é proibido nas nossas aplicações”, e garantiu que a empresa denuncia “casos de exploração sexual de crianças ao NCMEC (National Centre for Missing & Exploited Children)”.
Lideramos a indústria no desenvolvimento e utilização de tecnologia para prevenir e remover este conteúdo, e trabalhamos com a polícia, peritos em segurança infantil e parceiros da indústria para abordar esta questão social.
O nosso trabalho nesta área nunca está feito, e continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para manter este conteúdo fora das nossas aplicações.
Por sua vez, o porta-voz do Snapchat referiu que “qualquer abuso sexual de crianças é abominável e ilegal”, e assegurou que “o Snap tem equipas dedicadas, em todo o mundo, a trabalhar em estreita colaboração com a polícia, peritos e parceiros industriais para o combater”.
Se detetarmos proativamente ou formos informados de qualquer conteúdo sexual que explore menores, removemo-lo imediatamente, apagamos a conta, e denunciamos o agressor às autoridades. O Snapchat dispõe de proteções extra que dificultam a descoberta e o contacto de utilizadores mais jovens por estranhos.
Leia também: