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MIT cria tecnologia que permite ver pessoas através das paredes

O medo da invasão aos dados privados é cada vez maior. O sentimento “eu não tenho nada a esconder” é pura utopia, pois ninguém gosta de ver a sua vida exposta em praça pública.

Agora imagine o que será conviver com a tecnologia que permite identificar pessoas mesmo estando entre muros, dentro de uma casa? O MIT já tem essa tecnologia!

RF-Capture “vê” através da parede de sua casa

Se tudo correr conforme o previsto, o MIT irá lançar um produto para ser comercializado já em 2016 que, através das paredes, permite captar as reflexões de ondas do corpo humano para reproduzir a sua forma. A tecnologia permite mesmo distinguir duas, lado a lado, e notar que estas se movimentam.

Agora já começa a ficar desconfortável, verdade? Pois bem, imagine que está alguém de fora de sua casa e sabe o que está a fazer dentro de portas, sabe onde está, quantas pessoas estão dentro de casa e onde essas pessoas estão, tudo sem sensores ou qualquer câmara dentro dos seus cómodos.

 

Onde pode ser usado o RF-Capture?

Os investigadores do MIT, mais concretamente uma equipa do Laboratório de Inteligência Artificial e Ciências da Computação, têm um vasto leque de possíveis cenários para aplicar esta tecnologia. No dia-a-dia pode ser usado para aplicar ao segmento dos jogos, à segurança, à ajuda médica de emergência até a outros cenários mais tecnológicos e mesmo cinematográficos.

No exemplo do cinema, actualmente, a indústria dos filmes para captar o movimento dos actores têm de usar marcadores e estes movem-se numa sala cheia de câmaras. Com um novo dispositivo RF-Capture, os actores poderiam ser rastreados mesmo se estes estivessem atrás de uma parede.

Numa casa inteligente, os sistemas poderiam ajustar o aquecimento, a iluminação e outras características de habitabilidade baseando-se na posição dentro de portas onde se encontram as pessoas, porque as poderia seguir através das paredes. No que toca à saúde e bem-estar, com este sistema, acoplando uma linha de emergência, poderiam ser accionados os meios de socorro quando uma pessoa caísse ou estivesse inconsciente, alertando os familiares, inclusive.

São muitos os cenários mas os investigadores já colocaram esta tecnologia em funcionamento, criaram para isso uma spinoff e lançaram um produto. O Emerald é um sistema que tem como objectivo detectar, prever e prevenir as quedas entre os idosos. Esta inovadora ideia e o seu sistema altamente tecnológico foram apresentados em Agosto passado ao presidente dos EUA, Barack Obama, durante o Dia da Demonstração, num fórum de inovação acolhido na Casa Branca.

 

Como funciona o sistema RF-Capture?

O sistema RF-Capture emite um sinal rádio de baixa potência que atravessa as paredes e envolve o corpo no outro lado. Os reflexos são captados por um dispositivo que combina a informação dos múltiplos sinais reflectidos, juntando tudo numa peça só, peça essa que constrói a silhueta da pessoa.

Claro que pode-lhe parecer mais uma tecnologia sinistra que algo útil. Claro que poderá ser usado pelos criminosos que poderão determinar se alguém se encontra dentro de uma habitação podendo escolher a melhor altura para a assaltar, claro que pode ser usada pela polícia para saber se determinados elementos que estão a ser seguidos se encontram em sítios que não podem ou não deviam… mas isso tudo faz parte da evolução tecnológica, onde ainda há muitos “ses”.

 

A segurança é sem dúvida uma “pedra no sapato” desta tecnologia

Os próprios investigadores estão preocupados com o facto desta tecnologia poder cair em mãos erradas e para isso estão também a desenvolver bloqueadores que irão impedir que o sistema rastreia as pessoas se elas não quiserem, só podem ser com os seus próprios dispositivos. Outro aspecto que também tem de ser trabalhado é a própria regulamentação, deverá ficar bem definido quando pode ser utilizado o mecanismo mantendo sempre bem explicita a lei da privacidade.

Os responsáveis pelo projecto referem que o sistema RF-Capture precisa ainda de um ano para se desenvolver mas que sairá para o mercado antes do final de 2016.

 

MIT News

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