Robôs Assassinos no conflito? Será possível? A guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem vindo a desvendar toda a evolução tecnológica no campo militar. Além das armas, dos tanques… nesta guerra têm sido também usados, com muita frequência, drones.
O uso de drones na guerra tem levado à discussão sobre a utilização de robôs assassinos.
A invasão russa à Ucrânia tem vindo a colocar, infelizmente, a guerra num patamar mais tecnológico. Ao longo deste mais de cem dias de guerra, vários países têm vindo a dar a conhecer alguns equipamentos de guerra capazes de fazer os maiores estragos.
No entanto, tendo em conta todo o potencial da tecnologia, ainda estamos longe de uma realidade ajustada às tecnologias que usamos já hoje, como é o caso da inteligência artificial.
Robôs assassinos estarão para breve?
Ken Payne, especialista em estudos estratégicos e relações internacionais no King’s College em Londres, referiu que, apesar de toda a tecnologia, a guerra ainda segue os modelos tradicionais.
Eu diria que estamos à beira de algumas mudanças bastante fundamentais… [A guerra na Ucrânia continua a seguir] linhas mais tradicionais, com alguns elementos de tecnologia de ponta, particularmente em tecnologia de drones, mas ainda não em tecnologia de inteligência artificial
Kristian Gustafsson, do departamento de estudos de serviços secretos e segurança da Universidade de Brunel, referiu que “a guerra é um grande acelerador do desenvolvimento tecnológico…sempre foi”. No entanto, ainda estamos longe de ter um “Exterminador do Futuro T-1000”, uma referência ao ciborgue do filme do realizador James Cameron, no terreno.
Nesta guerra tem-se recorrido muito à utilização de Drones, que permite que o conflito se trave à distância e quase sem intervenção humana.
Num vídeo de um ataque russo em maio, um drone suicida do tipo KUB-BLA com 1 kg de carga explosiva despenhou-se a poucos metros de um canhão M777 que havia sido transportado por um comboio conduzido por militares ucranianos. A Ucrânia está a seguir a mesma estratégia: Selcuk Bayraktar, diretor-executivo da Baykar, empresa turca que vendeu armas ao país, confirmou que os drones TB2 “estão a fazer o que devem”.
As Forças Armadas ucranianas já tinham confirmado no passado que nesta guerra estão a ser usados, com sucesso, os poderosos drones TB2 Bayraktar. Estes veículos aéreos não tripulados já tinham sido usados pelo Azerbaijão contra a Arménia em 2020, na guerra de Nagorno-Karabakh e pela Turquia nas guerras da Síria e da Líbia.
Apesar de serem bastante autónomos, estes drones não o são. O uso de robôs assassinos, que recorrem à inteligência artificial podem ser consideradas “novas e poderosas” armas. Justin Bronk, investigador de poder aéreo e tecnologia do Royal United Services Institute (RUSI) considera no final de um conflito deste tipo, com o uso de robôs assassinos, alguns dos [soldados] morrerão, mas no fim de contas vão existir menos baixas.