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E se o seu xixi produzisse electricidade?

A ciência procura de forma segura e barata a produção de energia que sustente todo o desenvolvimento tecnológico no mundo moderno. Assim, projectos como este que vamos apresentar hoje e que tem o cunho da Universidade do Minho são saltos qualitativos no próprio desenvolvimento da qualidade da vida humana.

Chama-se “Value from Urine” e tem como objectivo a produção de energia eléctrica a partir da urina humana.

O conceito não é novo, inclusive há cerca de um ano demos a conhecer uma nova investigação que tem como base a Urina como fonte de carregamento, ao nível da bateria, dos smartphones. Contudo, o projecto português na sua substância é mais abrangente.

O Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho está a produzir electricidade e fertilizantes a partir de urina humana. Como já referimos anteriormente, este projecto europeu, intitulado “Value from Urine”, já despertou o interesse da Agência Aeroespacial Norte-Americana (NASA) e da Agência Espacial Europeia (ESA).

Mas qual é o principal objectivo do Value from Urine?

Está bem patente a abrangência quando o objectivo é produzir, numa primeira fase, fertilizantes para solos rico em fósforo, e, num segundo momento, utilizar células de combustível microbianas capazes de gerar electricidade e fertilizantes ricos em azoto. O momento da produção de energia é, sem dúvida, o passo mais ambicioso, por isso esse é o principal objectivo.

“A valorização da urina separada dos outros componentes do efluente doméstico baseia-se no conceito de saneamento descentralizado, que poderá ser aplicado em zonas remotas ou nações em vias de desenvolvimento sem redes de esgotos e redes eléctricas. Trata-se de um processo que assenta na separação e reutilização das correntes de água poluída gerada em cada habitação”, adianta a professora catedrática Madalena Alves, coordenadora do projecto a nível nacional.

Por exemplo, as águas dos banhos ou das lavagens de roupa podem ser reutilizadas nos autoclismos. Por outro lado, as águas negras, mais concentradas em poluentes, devem ser separadas das águas chamadas ‘cinzentas’, que têm níveis de contaminação menor, permitindo um tratamento diferenciado de acordo com o grau de poluição.

“Evita-se, desta forma, a diluição de poluição, ou seja, a contaminação de correntes de águas limpas com correntes contaminadas. A separação diferenciada da urina é um passo a mais no conceito de saneamento descentralizado. Este sistema é mais sustentável e eficiente do que o actual modelo de saneamento centralizado adoptado na maioria dos países ocidentais”, explica a investigadora da UMinho.

O “Value from Urine” conta com o financiamento do 7.º Programa Quadro da União Europeia e é coordenado pelo Instituto Wetsus, na Holanda.

Via: Ciencia Hoje

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