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Descoberta de gelo perto do equador de Marte intriga astrónomos

Há muito ainda para descobrir em Marte, este Planeta ainda é desconhecido e misterioso.

Recentemente, investigadores da Universidade de Durham (Reino Unido) descobriram grandes reservas de gelo no equador do Planeta Vermelho após terem analisado as imagens recebidas pelo satélite Mars Odyssey. Esta descoberta “inexplicável” está a deixar os astrónomos perplexos.


Gelo encontrado no equador de Marte poderá atrair colonos

Jack T. Wilson, um dos autores do estudo, admite que os cientistas sabiam da presença de vestígios de águas “recentes” nas latitudes temperadas de Marte. Contudo, o facto do gelo se encontrar precisamente no equador do planeta — a área mais quente — foi especialmente surpreendente. Teria de haver uma razão que justificasse essa situação.

Segundo os dados que a ciência dispõe atualmente, não devia ter havido gelo no equador do planeta pelo menos durante os últimos 3 mil milhões de anos. Esta descoberta, como comenta Wilson, revela que Marte, provavelmente, girou com um eixo de inclinação de 45 graus. De outra maneira, as reservas de gelo teriam sido incapazes de se formar.

 

Esta descoberta é importante?

Estes grandes depósitos de gelo de água, enterrados nos solos rasos perto do equador de Marte, poderiam estimular esperanças para os astrobiologistas que procuram vida em Marte ou futuros colonos que investigam a água como recurso, deixando, acima de tudo, este mistério para os cientistas climáticos.

Wilson e os seus colegas encontraram uma forma de mapear os dados Odyssey recolhidos anteriormente numa resolução de 290 quilómetros, quase duas vezes mais do que os mapas anteriores. Procuraram manchas menores e mais concentradas de gelo de água que as análises anteriores poderiam ter perdido e encontraram muitos desses remendos em latitudes muito mais baixas do que o esperado.

Este é um exemplo realmente maravilhoso de como os dados, uma vez recolhidos, podem ser analisados ​com novas técnicas. Quando finalmente enviarmos pessoas para Marte, queremos ir para onde está a água.

Referiu Jim Head, um geólogo planetário da Brown University.

Mas os remendos de gelo também apresentam um quebra-cabeça. De acordo com os modelos atuais do clima de Marte, o gelo equatorial não pode persistir por mais de 125 mil anos ou mais, diz Wilson. Isso porque, gradualmente, se sublimaria na atmosfera, mesmo que enterrado sob uma camada rasa de solo isolante.

Conceção artística de Marte há quatro mil milhões de anos

Se o gelo realmente existe lá, poderia ser uma evidência de uma mudança no eixo rotacional de Marte dentro dessa janela de tempo, explica Wilson. Ao contrário da Terra, Marte não tem uma grande lua para ajudar a sufocar o bamboleio a longo prazo do seu eixo orbital. E, se os eixos do planeta fossem inclinados mais do que seus 25° atuais, algum gelo de capa polar teria sublimado e movido para latitudes mais baixas.

Esta poderá ser uma explicação interessante mas ainda muito improvável, contudo, nenhuma outra explicação até ao momento parece ser mais plausível e poderá realmente ainda haver mais dados vindos de Marte que possam surpreender.

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