Há uns meses, as criptomoedas registaram o seu valor mais elevado de sempre. A Bitcoin chegou mesmo a ultrapassar os 20 mil dólares.
À medida que o valor da criptomoeda aumenta e diminui, cada vez mais pessoas fazem a mesma pergunta. Como é que algo invisível e intangível, como a Bitcoin, pode ter valor?
Bitcoin e o valor da tecnologia…
Se perguntarmos às pessoas que acreditam verdadeiramente no poder transformador da Bitcoin e das criptomoedas em geral, muitas vão referir o quão inovadora é a tecnologia por detrás da Bitcoin e como a criptografia e o pseudo-anonimato são incríveis.
Apesar destas características estarem na base do porquê da Bitcoin funcionar como uma rede de pagamento, não explicam a razão do seu valor. O euro, por exemplo, tem um valor intrinco porque é necessário para pagar impostos. O governo não aceita outra moeda. Portanto, se alguém quer comprar ou receber por alguma coisa precisa de euros. Isto cria o valor real da moeda.
Na verdade, as moedas são apenas um acordo coletivo. Basta um número suficiente de pessoas chegar a um consenso. Tal como existem várias formas de descrever um objeto em várias línguas, o modo de pagamento e troca também pode ser flexível. Pode ser gado, cereais, ouro ou notas.
Levou milhares de anos para a humanidade passar do sistema de troca por troca para moedas. Depois passaram a existir notas e anos mais tarde passou a ser possível andar apenas com um cartão de plástico na carteira. Chegou agora a vez das criptomoedas e das carteiras no smartphone?
A escassez e a utilidade…
Em economia algo tem valor se cumprir estes dois requisitos: escassez e utilidade. Escassez significa simplesmente que algo existe numa quantidade finita. No caso da Bitcoin, só podem existir 21 milhões. Mas qual é a sua utilidade?
Muitos acreditam que o potencial da Bitcoin está relacionado com o facto de ser um bem e forma de pagamento mais eficiente do que aquele que já possuímos. E os apoiantes da Bitcoin gostam desta criptomoeda por um variado número de razões que lhe confere utilidade.
Em primeiro lugar, a Bitcoin é descentralizada, o que significa que nenhum governo, banco ou pessoa é capaz de a controlar.
A Bitcoin é também facilmente divisível. Assim, pode ser utilizada para comprar algo tão pequeno como uma pastilha elástica ou para comprar um casa. Para além disso, o software da Bitcoin é open source, o que significa que qualquer pessoa pode ler o código e analisá-lo cuidadosamente. Isto faz com que a Bitcoin esteja constantemente a evoluir e a melhorar.
As vantagens das criptomoedas…
Na verdade, as criptomoedas possuem várias vantagens. Normalmente, existe um limite máximo que pode existir. Como já foi referido neste artigo, no máximo só podem existir 21 milhões de bitcoins. Isto previne a hiperinflação que tem como origem a criação excessiva de uma determinada moeda.
Por outro lado, as criptomoedas não podem ser falsificadas graças à segurança que provem do uso de criptografia. Para além disso, os custos das transações são baixos, pois não são necessários intermediários, como bancos.
Finalmente, numa situação extrema, se os governos e bancos tiverem um colapso, as criptomoedas continuam vivas e duram para sempre devido à utilização da tecnologia blockchain.
Conclusão
Por definição, a Bitcoin é algo escasso. Para além disso, tem utilidade e é uma forma mais avançada de guardar e transferir valor.
Muita gente aceita que existe algo de muito interessante na tecnologia por detrás das criptomoedas. Se a rede de pessoas que as usa se mantiver elas podem continuar a acrescentar valor à sociedade e a resolver problemas, como, por exemplo, tirar retirar dinheiro de certos países.