A tecnologia está a avançar a uma velocidade maluca e a nós cabe apenas acompanhar e aproveitar cada um dos seus presentes. Um dos mais nobres avanços tecnológicos envolve equipamentos que devolvam às pessoas os membros do corpo que perderam, por exemplo, ainda que de forma robotizada.
A mais recente novidade chega-nos da Tunísia: uma startup está a desenvolver uma mão biónica impressa em 3D e alimentada pela energia solar.
Mão biónica para ajudar os que mais precisam
O objetivo principal é ajudar amputados e outras pessoas que necessitem, em África. Por isso, a startup Cure Bionics está a desenvolver uma mão biónica barata e alimentada pela energia solar, para que seja acessível a todos quantos precisem.
Além de ser impressa em 3D e alimentada pela energia solar, a mão biónica pode ser personalizada, tanto para jovens, como para crianças. Isto, porque os modelos convencionais exigem que a prótese vá sendo alterada conforme o crescimento.
Esta ideia de uma mão biónica impressa em 3D surgiu de Mohamed Dhaouafi, o fundador e CEO da startup. Ainda enquanto estudante de engenharia, desenvolveu o seu primeiro protótipo em Sousse, na Tunísia.
Um membro da equipa tinha um primo que nasceu sem mão e cujos pais não podiam pagar uma prótese, especialmente porque ele ainda estava a crescer. Por isso, decidimos desenhar uma mão.
Contou Mohamed Dhaouafi.
Para além da mão biónica impressa em 3D, a equipa pretende desenvolver um sistema de realidade virtual. Semelhante a um jogo, o sistema vai ajudar os pacientes a aprender a utilizar a mão biónica. Assim, funcionará quase como fisioterapia tecnológica.
Momento de aperfeiçoamento do equipamento
Apesar de todas as dificuldades que um recém-formado enfrenta, bem como os entraves à inovação dentro do próprio país, Mohamed admitiu que foi um desafio desenvolver a prótese. Contudo, após angariar dinheiro e arranjar investidores conseguiu recrutar quatro engenheiros.
Agora, a equipa está a melhorar o design, a aperfeiçoar o código da mão biónica e a testar todo o sistema.
Estando completa, a equipa conseguirá que a mão biónica funcione com sensores ligados ao braço que vão detetar o movimento muscular, bem como um software assistido por Inteligência Artificial que os interpretará e transmitirá instruções de movimento.
A mão biónica alimentada por energia solar tem um pulso próprio que pode mover-se para os lados, e dedos mecânicos que se dobram nas articulações, em resposta aos impulsos eletrónicos.
Na fisioterapia, desenvolvida através de realidade virtual, os pacientes sobem edifícios e reúnem pontuação, a fim de se motivarem. Além disso, têm um médico a acompanhar todo o processo e evolução.
Mão biónica pode ser personalizada e acompanha o crescimento
A fim de ser possível personalizar como se de uma peça de roupa se tratasse, a startup optou por imprimir as suas próteses em 3D. Ademais, a prótese é constituída por peças independentes que formam o todo do equipamento. No entanto, podem ser substituídas individualmente quando danificadas e aquando o crescimento das crianças.
Conforme explicou Mohamed Dhaouafi, a startup pretende comercializar o seu equipamento alimentado a energia solar e impresso em 3D dentro de poucos meses. Inicialmente, na Tunísia e, mais tarde, em lugares de África onde, de acordo com a OMS, três quartos das pessoas com necessidade não têm acesso a opções.