Pplware

2016 HO3 – A Terra quase teve uma nova Lua

Com a evolução dos instrumentos que vasculham o Espaço e que interpretam as órbitas dos objetos estelares, pode-se aprender e descobrir certos comportamentos que outrora não eram assim tão claros.

A 27 de abril de 2016, os astrónomos descobriram o objeto 2016 HO3, um quase satélite do nosso planeta. Observações recentes e mais detalhadas, apresentadas na Reunião Anual da Divisão de Ciências Planetárias, confirmaram que o objeto é definitivamente um asteroide e não “um pouco de lixo espacial”.


2016 HO3… a nova Lua?

A trajetória do objeto 2016 HO3 é, no mínimo, peculiar! Este rochedo gira em torno do Sol e também ao redor do sistema Terra-Lua, movendo-se entre 38 e 100 vezes a distância entre nosso planeta e a Lua. Então, está perto o suficiente para tornar a sua origem complexa, mas um pouco longe demais para ser estudado em detalhe.

Para entender o 2016 HO3, o professor assistente Vishnu Reddy e a sua equipa da Universidade do Arizona decidiram realizar algumas observações ad hoc durante uma aproximação recente. A equipa não conseguiu definir exatamente o seu tamanho – o que definitivamente não é maior do que 100 metros – mas poderia dizer que ele gira no seu eixo duas vezes numa hora e reflete a luz assim como os asteroides o fazem.

Enquanto o HO3 está perto da Terra, o seu tamanho pequeno – possivelmente não maior que 30 metros – torna um objetivo desafiador para estudar. As nossas observações mostram que o HO3 gira uma vez a cada 28 minutos e é feito de materiais semelhantes aos asteroides.

Referiu Reddy num comunicado.

2016 HO3 (canto superior esquerdo) à medida que se move através do céu. Observatório LBT

O 2016 HO3 é um dos cinco quasi-satélites da Terra e é aquele com a órbita mais estável. Esses objetos são satélites “quase” porque a sua órbita não é exatamente estável e pode mudar significativamente ao longo do tempo. Muitos quase-satélites descobertos deixaram de o ser depois de alguns anos, mas o 2016 HO3 pode ser estável por centenas de anos. Os quase-satélites da Terra vêm da população dos NEO, acrónimo para a expressão inglesa Near-Earth Object cuja tradução para português significa Objetos Próximos da Terra.

De vez em quando, nós empurrámo-los de tal maneira que eles “caminham connosco”.

A equipa usou o Grande Telescópio Binocular (LBT) para caracterizar o objeto. Saber que 2016 HO3 é um asteroide tem implicações além da pura astronomia. Se quisermos estabelecer o quão fácil é explorar e talvez até para minar um asteroide, ter um alvo relativamente próximo pode ser extremamente útil.

Dos objetos próximos da Terra que conhecemos, esses tipos de objetos seriam os mais fáceis de alcançar, então eles poderiam potencialmente atingir metas adequadas para a exploração. Com a disposição binocular de dois espelhos de 8,4 metros, juntamente com um par de imagens e espetrógrafos muito eficientes (como MODS ou o LBT) teremos condições ideias para a caracterização dos companheiros desta Terra.

Rematou Christian Veillet, diretor do Observatório LBT.

Assim, com a evolução tecnológica no âmbito espacial, iremos obter melhores telescópios, conseguindo dessa forma achar que esses objetos são mais comuns do que pensávamos.

Via

Exit mobile version