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Trabalhadores da Google na Europa e Ásia são mal pagos e a empresa escondeu isso

A Google tem funcionários pelos 4 cantos do mundo, mas há significativas diferenças salariais entre os que operam nos Estados Unidos e os que estão colocados fora do território americano. Segundo um relatório, há anos que a gigante das pesquisas paga de forma consciente um salário inferior aos trabalhadores na Europa e na Ásia.

Os executivos têm conhecimento deste problema e das reivindicações desde 2019, mas não fizeram nada a respeito.


Google paga salários abaixo do que a lei obriga na Europa e Ásia

As informação foram publicadas pelo The Guardian e referem que a Google tem pago ilegalmente um salário mais baixo a milhares de trabalhadores temporários. Uma situação que acontece em dezenas de países. Refere igualmente que a Google deliberadamente atrasou a correção das taxas de pagamento durante mais de dois anos, enquanto tentava encobrir o problema.

Segundo documentos internos que chegaram às mão do The Guardian, os executivos da Google estão cientes, pelo menos desde maio de 2019, de que a empresa não cumpre as leis locais no Reino Unido, Europa e Ásia que obrigam os trabalhadores temporários a receber taxas iguais a funcionários em tempo integral que realizam trabalhos semelhantes.

Um memorando interno de fevereiro de 2021 mostrou que a Google pagava aos trabalhadores temporários nas regiões EMEA (Europa, Médio Oriente e África) e APAC (Ásia Pacífico) 12% a 50% menos do que deveria, de acordo com o relatório, e outro documento mostrou que os salários por hora dos trabalhadores do Reino Unido deveriam ter sido até 28% mais altos também.

 

Empresa escondeu com receio de má imagem na imprensa

As informações referem que a Google terá demorado a resolver o problema devido à “preocupação com o aumento do custo para departamentos que dependem fortemente de trabalhadores temporários, exposição potencial a ações judiciais e medo da atenção negativa da imprensa”. Na verdade, perante uma situação destas, todos esses três temores eram justificados.

O The Guardian afirmou que um denunciante entrou com uma queixa junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, onde alegava que a Google violou as leis de valores mobiliários dos Estados Unidos ao omitir a responsabilidade incorrida pelo pagamento insuficiente a estes trabalhadores temporários nos seus relatórios financeiros trimestrais.

O diretor de conformidade do Google, Spyro Karetsos, disse ao jornal inglês que as taxas de comparação citadas no relatório não refletem as taxas de pagamento reais de contratados individuais e que “a maioria dos funcionários temporários recebe significativamente mais do que as taxas de comparação”.

No entanto, está claro que este processo não foi conduzido de forma consistente com os altos padrões que mantemos como empresa. Estamos a fazer uma revisão completa e estamos comprometidos em identificar e abordar qualquer discrepância nos pagamentos que a equipa ainda não tenha abordado. […] E faremos uma revisão das nossas práticas de compliance nesta área. Resumindo, vamos descobrir o que deu errado aqui, por que aconteceu, e vamos reparar.

Disse Karetsos.

Este é mais um caso que mostra que apesar dos milhares de milhões de lucro, as gigantes têm ainda grandes desajustes no que toca aos salários dos seus colaboradores.

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