Estes gadgets estão cada vez mais apurados e podem ser aplicados a uma panóplia, quase infinita, de situações no quotidiano da sociedade.
Depois de vermos exemplos de utilização do Google Glass por forças policiais, como o caso da Polícia de Nova Iorque, ou mesmo como o caso do Dr. Miguel Pedroso, que foi o primeiro a utilizar os óculos da Google durante uma cirurgia, chega-nos a informação que a Polícia do Dubai passou a usar o Google Glass para identificar os “fora-da-lei”.
Segundo o The Verge, a polícia do Dubai começou a utilizar os Google Glass como parte das operações contra as infracções de trânsito. Num país onde impera o baixo preço dos combustíveis e a maior concentração de bólides em estradas do dia a dia, a força policial deste emirado confirmou esta semana ao jornal Gulf News que está em testes, pelas forças de controlo rodoviário, um sistema que recorre a uma aplicação para detectar e identificar os veículos que circulem em infracção assim como mostrar os seus proprietários, tudo recorrendo às matriculas que os óculos irão facilmente gravar.
Ainda não há uma declaração oficial que afirme que este dispositivo será usado em larga escala, mas o Coronel Khalid Nasser Al Razooqi, director geral dos “Serviços de Inteligência” da polícia do Dubai, disse que este teste está a correr bem, o departamento espera adoptar a tecnologia de forma mais abrangente quando o Google Glass estiver disponível.
“Se passar nos critérios definidos e for um dispositivo útil, então iremos decidir pela sua utilização e iremos adquirir mais equipamentos” disse o oficial das forças policiais do Dubai. Usando a app desenvolvida pela sua unidade, a polícia consegue recolher e enviar fotos para a base de dados do departamento apenas com um clique no botão lateral dos óculos e recolher, por exemplo, as matriculas só com um olhar. Estas matriculas serão logo cruzadas na base de dados e apontar se algo não estiver correcto com o veículo.
Veja como é fácil operar o Google Grass:
Claro que isto pode levantar algumas dúvidas face à transparência deste acto e a privacidade agregada à captura das imagens pelas forças de segurança, contudo, e porque o dispositivo está já à venda do público em geral, levanta-se uma preocupação muito mais generalizada, até mesmo contra as forças de segurança, que poderão também ser controladas, de forma simples e discreta.
Haverá uma sociedade antes da proliferação do Google Glass e outra sociedade depois desta massificação, iremos verificar daqui a uns anos que não existirá mais o direito à imagem, que não teremos como controlar nenhum acto público ou privado, que deixarão de haver “paredes” e actos do domínio individual de cada ser humano.
Ficará sempre a questão: até onde se podem usar estes dispositivos que recolhem imagem, som, localização e, mais tarde, outros dados que influenciam o dia a dia de cada pessoa.