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Google não vai guardar histórico de dados de visita a clínicas de aborto

Os juízes do Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiram no final do mês de junho anular a decisão tomada em 1973 que legalizava a interrupção voluntária da gravidez. Esta tomada de posição fez eco no mundo com muitas pessoas a tecer comentários contra, outras a favor e motivou em vários países, até em Portugal, uma espécie de guerrilha entre defensores do aborto e opositores. A Alphabet, empresa proprietária do Google comunicou que a gigante das pesquisas decidiu apagar das suas aplicações os dados sobre as deslocações das pessoas que forem a clínicas de aborto nos EUA.

Mas isso quer dizer o quê?


Google está contra a decisão de anular o direito ao aborto

As aplicações da Google (como o Google Maps, por exemplo) podem manter um histórico geográfico das deslocações dos seus utilizadores. Estes dados permitem saber para onde se deslocam as pessoas, tendo em conta que os seus smartphones partilham essa informação. Contudo, após a decisão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos que decidiu anular o direito ao aborto, em comunicado, a vice presidente de experiências e sistemas, Jen Fitzpatrick, contou que a exclusão será imediata.

Anunciamos que, se os nossos sistemas identificarem que alguém visitou um destes lugares, excluiremos as entradas de histórico de localização logo após a visita.

Segundo informações, esta decisão estender-se-á também aos centros de aconselhamento, abrigos para violência doméstica, centros de fertilidade, instalações de tratamento de dependências, clínicas de perda de peso, clínicas de cirurgia estética, entre outros.

Este anúncio, poderá ser enquadrado num reforço da Google para proteger a privacidade e evitar que estes os dados de localização sejam utilizados pelas autoridades num momento de incerteza nos Estados Unidos. Enquanto vários estados dos EUA aproveitam o momento para criar penalizações para pessoas que abortem, a situação permanece indefinida em boa parte do país.

Segundo as informações partilhadas por Jen Fitzpatrick, também no comunicado, estas novas práticas da Google já vão entrar em vigor já nas próximas semanas.

Imagem de Jen Fitzpatrick, a responsável pelo Google Maps.

 

Tempos conturbados, até na tecnologia

Em resumo, depois deste conturbado momento, em que os EUA andaram décadas para trás no tempo, como o próprio presidente Joe Biden referiu, deixou que os estados determinassem se dentro da sua área de legislação o aborto era ou não permitido. Vários estados, os mais conservadores, já avançaram com a proibição da interrupção voluntária da gravidez.

A Google, para se proteger, pois poderá ser arrolada em futuros processos judiciais, descarta já ter qualquer informação sobre as deslocações dos seus utilizadores para estes locais onde a prática poderá ser consumada.

 

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