A Google desenvolveu uma nova aplicação que recorre à Inteligência Artificial para detetar problemas de pele. Contudo, esta aplicação dermatológica obteve aprovação para uso na UE, mas não foi aceite nos EUA, pela FDA.
Este é um caso peculiar, tendo em conta que a Europa tem uma reputação de praticar regras muito mais rigorosas sobre estas tecnologias dedicadas à saúde.
Na Europa, a Google quer ser o seu dermatologista
A Google tem uma ferramenta incrível, eventualmente a mais poderosa do ponto de vista social e, sobretudo, do ponto de vista da saúde de milhar de milhões de pessoas: o seu motor de pesquisa.
Nesse sentido, porque as pessoas recorrem à caixa de pesquisa na web do Google milhões de vezes para obter ajuda sobre problemas de pele, a gigante da internet está a preparar algo novo.
A Google está a preparar o lançamento de uma aplicação que usa algoritmos de reconhecimento de imagem para fornecer ajuda mais especializada e personalizada.
Numa breve demonstração na conferência de programadores da empresa no mês passado, a Google mostrou o serviço. Nessa demonstração foi sugerido que a tecnologia irá identificar várias condições de pele possíveis com base nas fotos enviadas.
Inteligência Artificial poderá detetar cancro da pele e outras doenças
Há vários equipamentos e tecnologias que recorreram à IA que já foram colocadas à prova para determinar problemas dermatológicos. Contudo, nenhuma ferramenta de análise de imagem por IA foi aprovada para uso pelos dermatologistas nos Estados Unidos.
A nova aplicação da Google também não foi clinicamente validada, mas as proezas de IA da empresa e a recente construção da sua divisão de saúde tornam o seu software de dermatologia de IA notável.
Ainda assim, o serviço de diagnóstico da pele ainda estará a começar e longe de casa, visto que nos EUA ainda não obteve a licença necessária.
Portanto, esta tecnologia não estará ao dispor dos americanos na análise de manchas na pele.
Na conferência de programadores, a diretora de saúde do Google, Karen DeSalvo, disse que a empresa pretende lançar o que chama de ferramenta de assistência dermatológica na União Europeia já no final deste ano.
A estratégia da empresa “América não está em primeiro lugar” destaca como pode ser mais fácil obter aprovação destas aplicações médicas na Europa do que nos EUA.
Europa é “mais fácil” que os EUA para obter autorizações de apps de saúde
A Google afirma que a sua aplicação de pele foi aprovada com “marcação CE como dispositivo médico Classe I na UE”, o que significa que pode ser vendido nos países que reconhecem este padrão.
A empresa teria enfrentado relativamente poucos obstáculos para garantir esta licença, diz Hugh Harvey, diretor-gerente da Hardian Health, uma consultora de saúde digital no Reino Unido.
Basicamente, o requerente preenche um formulário e se autocertifica.
Disse Hugh Harvey.
A conferência da Google no mês passado ocorreu uma semana antes de regras mais rígidas da UE entrarem em vigor, que Harvey diz exigir muito das aplicações de saúde, que provavelmente iriam incluir a da Google, para mostrar que uma aplicação é eficaz, entre outras coisas.
As aplicações pré-existentes têm até 2025 para cumprir as novas regras.
Estas informações foram dadas a conhecer no blog da Google dedicada à área de software e serviços de saúde.