Cada vez há mais utilizadores a usar os smartwatches pelas suas capacidades de vigiar os sinais vitais. Estes dispositivos trazem um conjunto de sensores e tecnologias que vigiam permanentemente a saúde e bem-estar de quem os “veste”. Contudo, há pessoas que ainda desconfiam da precisão desta informação. Nesse sentido, foi levado a cabo um estudo massivo que testou um novo algoritmo concebido para detetar ritmos cardíacos irregulares.
Os resultados deste estudo, que recorreu a tecnologia dos smartwatch e bandas fitness, envolveu quase meio milhão de sujeitos. Afinal, estes dispositivos conseguiram detetar com sucesso a fibrilhação auricular não diagnosticada em 98% dos casos.
Fitbit com excelente desempenho na deteção da fibrilhação auricular
O advento de dispositivos de monitorização da saúde viáveis oferece novas formas de detetar precocemente episódios assintomáticos de ritmos cardíacos anormais. Contudo, os investigadores ainda estão a melhorar a tecnologia para aumentar a precisão e a fiabilidade.
Um grande estudo desenvolvido em pela Universidade de Stanford em 2019 demonstrou o potencial dos relógios da Apple para detetar casos de fibrilhação auricular. No entanto, a Fitbit tem desenvolvido o seu próprio estudo e conseguiu mesmo melhorar ligeiramente os resultados da empresa de Cupertino.
Conduzido por investigadores do Massachusetts General Hospital (MGH), o estudo recrutou cerca de 455 mil utilizadores nos EUA para usarem dispositivos de análise de atividade física. Uma vez ativado, o novo algoritmo monitorizava a pulsação de um utilizador durante os períodos de inatividade.
A possível fibrilhação auricular é notada após, pelo menos, 30 minutos de ritmos cardíacos irregulares.
Smartwatches podem ter uma precisão de 98% na deteção de problemas cardíacos
No estudo, quando foi detetada uma possível fibrilhação auricular, o sujeito completou uma consulta de tele-saúde com um médico e depois recebeu um penso de eletrocardiograma (ECG) para usar durante uma semana, juntamente com o aparelho de análise de aptidão física.
Na semana que se seguiu, o novo algoritmo detetou eficazmente 98% dos episódios de fibrilhação auricular detetados pelo adesivo de ECG.
Estes resultados mostram que os “vestíveis” conseguem identificar fibrilhação auricular não diagnosticada com elevada fiabilidade. Dado que muitos consumidores utilizam estes vestíveis, é possível que algoritmos como o que estudámos possam ser amplamente aplicados para ajudar a identificar fibrilhação arterial não diagnosticada, permitindo aos doentes obter cuidados antes que possam ocorrer complicações devastadoras como um acidente vascular cerebral incapacitante
Explicou Steven Lubitz, um investigador da MGH que trabalha no projeto.
Segundo o investigador, o software de monitorização do coração seria mais eficaz quando utilizado à noite. Assim, o objetivo seria usar o dispositivo de análise de aptidão física durante o sono, quando este pode vigiar melhor os ritmos cardíacos irregulares.
A maioria dos episódios de fibrilação auricular não diagnosticada detetados ocorreram durante o sono, e suspeitamos que estes episódios eram assintomáticos. Dado que o algoritmo é mais ativo quando os utilizadores estão fisicamente inativos, o vestível deve ser usado durante o sono para os maiores benefícios
Concluiu Lubitz.
A Fitbit trabalha atualmente com a US Food and Drug Administration (FDA) para a autorização do mercado, a fim de permitir que o algoritmo seja amplamente implantado.