Fui convidado a escrever sobre o Omnia, a Microsoft enviou-me um Samsung Omnia i900 para eu o testar e deixar em traços gerais, a minha opinião sobre o equipamento. Como é meu hábito, estas impressões são isentas, imparciais e sem qualquer vício ou pecado.
Depois de vários dias a utilizar o Omnia de forma intensiva cheguei a uma “temida” conclusão: é incorrecto apelidar o Samsung Omnia i900 de iPhone 3G Killer, à frente veremos a razão!
Este dispositivo não é um telefone, também não é um PDA, muito menos um leitor de MP3. Não é uma câmara fotográfica nem uma biblioteca multimédia digital.
Não, este Omnia é a reunião quase perfeita de todas estas funcionalidades. Este smartphone, equipado com o Windows Mobile 6.1 profissional, tem um mercado profissional também como alvo: as ferramentas disponibilizadas pelo novo Windows Mobile, auxiliam o utilizador no desempenho das tarefas mais árduas, dentro da gestão e administração de informação e conteúdos.
Muitos programas, profissionais e não só, podem ser adicionados gratuitamente ao leque já integrado. Lembro que este sistema operativo traz consigo o Office Mobile (Word, Excel, PowerPoint), o OneNote Mobile e o Outlook, ferramentas que além de permitirem a visualização permitem também criar e editar.
Além destas, o Windows Mobile 6.1 traz muitas outras pequenas ferramentas interessantes.
Apresentação sóbria. O Omnia vem acompanhado com vários acessórios; não são extravagantes nem prendem o nosso olhar, são normais, mas com qualidade de construção e de materiais. Dentro da caixa encontrará o equipamento, o CD de instalação do Windows Active Sync, entre outro software, a bateria, o stylus, auscultadores kit mãos livres, cabo USB e transformador.
O PDA mais completo do mercado. O Samung Omnia i900 é o dispositivo que reúne o maior número de tecnologias. Como PDA não poderá ser questionado por falta de recursos. Confesso que o seu poder de multimédia deixou-me impressionado, pela qualidade da imagem e pelo som emanado dos headphones.
- Sistema Operativo: Windows Mobile 6.1 Profissional
- Dimensões: 112 X 56 X 12.5mm
- Processador: 624 Mhz
- Memória: 128 Mb RAM / 256 Mb ROM
- Ecrã: Táctil de 3,2” TFT WQVGA
- Câmara fotográfica: de 5 megapixels com autofocus e flash
- Câmara de vídeo-chamadas
- Memória interna: de 8 GB com suporte para cartão de memória microSD até 16 GB que expande a capacidade do Omnia
- Conectividade: Wi-Fi , Bluetooth 2.0, USB 2.0
- Modem: HSDPA 7.2 Mbps
- GPS: Integrado
- Áudio: MP3, AAC, AAC+, WMA, OGG, AMR
- Rádio: Rádio FM com RDS
- Vídeo: Divx, Xvid, MP4, WMV, H263, H264
- Bateria: 1440 mAh
Impressionado? Ainda não? A este pacote de funções ainda pode juntar o Acelerómetro. Sim, é a novidade nestes dispositivos recentes. Esta função é bastante útil, pois como centro multimédia o Omnia necessita de utilizar de forma adequada e optimizada o seu ecrã. Este gira conforme o ângulo para onde rode o dispositivo: Google Maps, TV-OUT, Navegador Opera para confortavelmente surfar pelas páginas da Internet e recursos como Java, RSS, Live Messenger, entre outras pérolas.
Se ainda não está convencido, ficará certamente quando lhe disser que este dispositivo ainda lhe oferece GPS com mapas Route 66; A-GPS (Assisted GPS), a utilização da célula de telemóveis em GSM para auxiliar a geo-referência.
Como podem perceber, tenho alguma dificuldade em catalogar este dispositivo numa classe, será um telefone? Um PDA? Um leitor multimédia ou um GPS?
Chamar-lhe-ei simplesmente Omnia, resume e sumariza todos os fantásticos recursos que temos em mãos.
Pecados pouco capitais. Há alguns defeitos que notei na sua utilização. Os menus e teclado, que colam ao de leve a imagem do Omnia ao actual diapasão das modas neste segmento, foram quase um projecto conseguido! Digo isto, porque as camadas de software aplicadas não interagem muito bem com o dedo do utilizador. Por isso, a Samsung introduziu um stylus (pen).
Esta pen servirá para auxiliar na utilização dos diversos menus e opções dentro do Windows Mobile, pois, como sabem, os ícones do Windows Mobile são pequenos para os dedos.
O ecrã não consegue uma performance que seja de invejar: por vezes torna-se lento e “duro” quando queremos fazer o scroll correr na vertical. O facto de haver mais que um menu de controlo das opções, não me agradou. Preferia que um só menu fosse concentrador das duas tecnologias que a Samsung tentou colocar no Omnia, mas é apenas um pequeno reparo.
TouchWiz, vá pelos seus dedos! A Samsung ansiou que o utilizador não necessitasse de entrar em contacto com o Windows Mobile para as funções mais utilizadas e desenvolveu o TouchWiz. Os ícones ou widgets podem ser arrastados com o dedo, permitindo ao utilizador organizar o ecrã do smartphone de forma original e delicada. Não necessita agora de “picar” os ícones e os links. Foi uma forma da Samsung amenizar a utilização do stylus.
Continua algo lento o Windows Mobile, a responder nalgumas funções, como por exemplo, quando tentei sincronizar o Omnia com a minha rede Wi-Fi: depois de eu inserir a password errada, ficou “pendurado” até transmitir a mensagem de que a password estava errada.
Com a utilização das aplicações, saltando de aplicação em aplicação, estas iam ficando na memória, abertas e a consumir recursos. O X, aqui, como é normal no Windows Mobile, não desliga, apenas oculta as aplicações. Passados momentos, ao tentar abrir outras aplicações que exigem mais da memória, o Windows lembrou-me que não tinha memória suficiente.
A bateria aguentou-se – passei algumas horas consecutivas a descobrir o Omnia. Enquanto isso, fui ouvindo rádio ou alguns temas em MP3, sincronizando via Bluetooth com o portátil transferindo música e vídeo. Algum tempo depois, a bateria deu de si e… espera lá, tenho de retirar os auscultadores para carregar o Omnia?! Ok, pode até ser normal noutros dispositivos, mas eu não estava habituado a isso.
Por falar em portas, bom, nos dias de hoje não faz sentido as marcas não se uniformizarem. O Omnia não tem as convencionais portas USB; teremos de utilizar as ranhuras próprias desenvolvidos pela Samsung para este dispositivo. Um ponto para o qual não encontro qualquer fundamento lógico.
A porta é tapada por uma tampa, mas é uma tampa que fica muito mal colocada quando a porta está em utilização. Prevejo muitos Omnia com a tampa da porta USB partida…
Mas, já que estamos a falar de falta de lógica, a pen! Desculpem, mas não poderia ser mais pequena? A pen que acompanha o Omnia é enorme e, pior ainda, tem de ser transportada à parte do equipamento, dependurada!
Esta opção poderá inviabilizar o Omnia em determinados segmentos comerciais, como, por exemplo, a de um comercial que utilize esta ferramenta de trabalho no seu dia-a-dia de visita a clientes. Só o facto de ter de procurar a pen nos bolsos/mala servirá muitas vezes de pretexto para utilizar outro objecto como ponteiro.
O rato, que pode ser a alternativa ao stylus, é muito prático. Garanto-vos que com um pouco de prática, passam a dominá-lo e então, torna-se mais simples navegar nas opções do Windows Mobile.
Uma peça com “Sexappeal” Mas o Omnia tem muitos outros argumentos a seu favor. O iPhone tem um mercado que o deseja pelo seu “sexappeal”. Sim, quem o adquire sente-se empossado de alguma nobreza, pois o Omnia também possui esse atributo. É uma peça de arte refinada, de aspecto elegante e moderno e de toque suave e macio.
Não podemos comparar este dispositivo ao iPhone, pois tem muitos mais argumentos e muitos mais recursos, mas falta-lhe ainda mais independência e maturidade para traçar o seu caminho próprio e não pisar a peugada do iPhone. Para isso, a Samsung deveria criar uma estrutura que conseguisse gerir melhor a máscara que as aplicações do Windows Mobile utilizam para polir as funcionalidades.
O Samsung Omnia é o primeiro telefone baseado no Windows Mobile que recebe a certificação DivX. Se experimentar ver um filme neste formato, verá uma qualidade muito além do que até hoje conheceu.
Apontamentos finais: Tenho de facto uma peça de arte tecnológica na mão. As suas capacidades, quando exibidas, conseguem arrancar uma expressão de admiração por parte dos muitos desconhecedores deste smartphone.
Tem gráficos fantásticos, uma qualidade sonora muito boa, um nível de construção nitidamente para ofuscar a concorrência e um toque contagiante. Depois… tem o Windows Mobile! Digam-me: o que não se pode fazer com esta ferramenta? Tudo e mais alguma coisa, software não falta na Internet.
Para quê subir ao pódio para a prata quando o Omnia oferece o ouro?