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Review: HTC Hero

Ao vivo e a cores! Este é o segundo smartphone com o sistema operativo Android disponível em território português, ainda no decorrer deste mês, na loja online da Optimus.

Breve introdução

O HTC Hero traz-nos um design inovador mas que provavelmente estará também aquém dos gostos de alguns, pelo menos a nível estético. Existe na cor branca e castanho escuro. O cursor de selecção, apelidado de trackball, permite percorrer qualquer item seleccionável que exista no ecrã.

O touch screen deste HTC, tal como o do HTC Magic, funciona apenas com os dedos, rejeitando qualquer tipo de stylus pen e afins.

Tem uma resolução de 320×480 que,  a princípio, poderá parecer que não irá satisfazer as necessidades. No entanto, dado o tamanho de todos os itens “clicáveis” no ecrã (já que se usam os dedos), é uma resolução bastante aceitável e suficiente. A definição de imagens e texto também é qb. Pode-se considerar também “amigo” dos nossos olhos.

Contamos com 7 diferentes ecrãs onde podemos adicionar todo o tipo de widgets, a gosto. É tudo totalmente personalizável.

Para abrir o apetite, vejamos um vídeo da HTC que resume todas as funcionalidades do HTC Hero.

Caixa e acessórios

Mais simples não poderia ser, contém o essencial e nada mais. Sendo este um modelo carimbado com a marca “Orange”, espera-se que a Optimus o apetreche devidamente.

De qualquer forma inclui:

Teclas

Temos acesso a 6 teclas e uma trackball clicável. É, portanto, idêntico ao HTC Magic. Tecla de chamar/atender, tecla de home que nos leva para o ecrã princpipal, tecla menu para aceder às opções da aplicação que se encontra aberta, tecla para desligar chamada e o próprio aparelho, tecla de pesquisa e tecla de retroceder. A trackball é confortável de usar e por vezes bastante útil, principalmente no browser.

Sem dúvida que a tecla a que dei mais uso foi a de retroceder. Seria gratificante se existisse “algo táctil” no ecrã que permitisse retroceder a navegação, evitando assim acessos sucessivos às teclas. É um ponto negativo.

Como ponto positivo, a ligeira curvatura ao fundo do telefone poderá parecer desapropriada e pouco bonita. No entanto, aliada à trackball, é bastante útil quando se usa o telefone na horizontal, nomeadamente no browser. Está “mesmo ali” debaixo do polegar, quase como se fosse um controlo de uma consola portátil.

Ecrã táctil

O ecrã, como já disse, é sensível apenas ao toque dos dedos. Por vezes, nos itens mais encostados às margens, não se consegue um clique válido à primeira. A par disso, tem multitouch que funciona extremamente bem, podendo ser usado no browser e no álbum de fotos. Existe outro problema na escrita que, não sendo talvez relacionado com o próprio ecrã, provoca regularmente um pequeno delay entre o toque e a identificação da tecla, bem como o sinal vibratório (caso esteja ligado). Para um utilizador habituado a escrever rapidamente, isto pode originar alguns problemas de interacção.

Devo dizer que, embora adore escrever em qwerty, sentia-me um pouco aborrecido sempre que tinha de escrever uma SMS (já que mando algumas dezenas delas por dia). Mesmo que mudasse o teclado para o modo telefone (vulgar 1, 2, 3, etc), é chato premir teclas indesejadas, devido ao touch. É óbvio que vai tudo de um hábito mas de qualquer das formas não o condeno, já que não pude tirar partido completo por não ter dicionário em língua portuguesa. Sim, há ROMs que já têm (como a modaco), mas não me coube a mim trocá-la, até porque não sei o que a Optimus aí trará.

Interface Android

Todo o interface é bastante intuitivo e fácil de usar. Este interface, chamado Sence, foi pela primeira vez usado pela HTC neste modelo, o Hero. Além de todos os widgets serem personalizáveis em qualquer dos 7 ecrãs, como já foi dito, existem temas com widgets pré-definidos consoante o que se pretenda ou o ambiente em que estejamos (trabalho, lazer, férias, etc) de modo a termos “à mão” tudo o que necessitamos.

Por vezes nem todas as transições são fluídas como seria de esperar e nota-se algum arrastamento. Nos vídeos demonstrativos será possível observar isso com mais pormenor.

Ligação ao exterior

O Hero está totalmente adaptado (e bem) aos serviços Google, como seria de esperar. É possível também sincronizar com serviços Microsoft Exchange (POP3 e IMAP) entre outros. Integra-se também com as redes sociais Flickr e Facebook. Controla tão bem as SMS’s como os emails e os contactos.

O twitter também não ficou de fora. Não sendo eu aficionado de tal “comunidade”, apercebi-me mesmo assim que tem tudo o que é necessário para twittar e ficar a par das novidades de quem seguimos. Pode ser visto num dos vídeos.

Para todos estes serviços será necessário obviamente boa ligação com o exterior. Em rede móvel temos ligação HSPA/WCDM (desde que haja cobertura) com até 7.2Mbit de download. Quanto ao Wi-Fi… bem, comparo-o ao do Windows 7: uma vez configurado, não precisa de mais nada.

Navegação na Internet

Impressionou-me. Abre todo o tipo de sites sem qualquer problema, incluindo flash. Tem bookmarks e é possível ter várias janelas abertas simultaneamente. Permite usar o multitouch para zoom in/out e não oferece qualquer dificuldade na consulta do que quer que seja. A dimensão  do texto adapta-se ao tamanho do ecrã, permitindo dessa forma que não se altere o zoom para uma primeira leitura. O tamanho default do tipo de letra é perfeitamente legível.

Apenas é um pouco lento.

Android market

Aqui é possível encontrar todo o tipo de aplicações em larga escala, a um custo FREE! A instalação é do mais simples que há… tão simples como o Adicionar/Remover aplicações do ubuntu, por exemplo. Basta pesquisar, escolher, premir instalar e executá-la. Por exemplo, usei uma consola SSH que me deu imenso jeito.

No caso do Skype, por exemplo, no Hero ainda não permite chamadas de voz, apenas comunicação por escrito. Mas não tardará, certamente. Já no MSN… existem várias aplicações à escolha. Testei várias e todas bastante boas.

Relativamente a jogos… bem, tem uns melhores que outros. Não vi nada de especial mas também não dei grande importância. Digamos que tem o suficiente para passar uns minutos entretido.

Quanto às aplicações pagas, terão naturalmente uma qualidade superior mas penso que, na maioria dos casos, existirão soluções gratuitas.

Câmara fotográfica

Tem 5Mpixel e auto-focus. Tira fotos bastante boas e o auto-focus funciona realmente bem. É possível controlar o brilho, balanço de brancos e zoom. Tem temporizador, geo-tag (!!!), efeitos de imagem, controlo de ISO, grelha, etc. Também grava vídeo.

Mas como “nem tudo são rosas”, o tempo de obturação é na ordem dos 3 segundos, ou seja, há um delay de 3 segundos desde que se prime a trackball (para tirar foto) até obter a foto e ouvir o som de captação. Além disso, enquanto a câmara está ligada, todo o telefone é lento a reagir a qualquer tecla.

Mostro 2 fotos exemplificativas, tiradas na rua, à sombra:

Google Maps – GPS

Um dos serviços da Google que o Android nos dá é o Google Maps que já todos conhecemos. Podemos traçar rotas com alguns critérios (a pé, carro, transportes públicos) e pouco mais.

Relativamente ao GPS… bem, o Google Maps não tira partido nem de perto nem de longe da antena GPS incluída no Hero. Apenas nos é mostrado um ponto correspondente à localização actual. Após ter uma rota calculada, aparece no mapa essa mesma rota e podemos aceder à descrição completa do itinerário mas… não tem nada a ver com um GPS. De notar que todos os mapas têm de ser descarregados da rede, não existindo portanto nenhuma informação de mapas no telefone, o que implica haver um bom plano de internet móvel.

Se queremos tirar real partido do GPS é necessário comprar um software. Por exemplo, a NDrive irá colocar brevemente, no Android Market, o seu software.

No entanto, existem várias aplicações no Andoid Market que fazem algumas “manobras interessantes” com a informação do GPS (não incluindo mapas obviamente). A aplicação GPS Status é uma delas.

Música

O leitor de música do Hero é bastante atractivo e cumpre a sua função. Apresenta a imagem do álbum ao qual pertence a música. É possível trocar de música com o deslizar do dedo sobre o ecrã ou com os botões do auricular fornecido. A qualidade de som do altifalante do telefone é boa mas nada de extraordinário.

Bateria

A bateria tem uma capacidade de 1350mAh que, em uso normal (wireless e bluetooth sempre ligados, algumas chamadas de duração média com auricular bluetooth, SMS’s, alguma navegação no browser e algumas fotos), durou cerca de 2 dias. É uma autonomia acima da média neste tipo de aparelhos tendo em conta o uso que teve naquele período. O widget de bateria que instalei num dos vídeos (entre outros widgets) poderá ajudar a melhorar a autonomia já que o utilizador é confrontado mais directamente com o que realmente consome mais bateria.

Existe ainda outro problema, aquando do decorrer de uma chamada, em que a iluminação do visor desliga-se completamente. Dessa forma não podemos observar, por exemplo, o nível de rede e de bateria bem como a escolha de opções que seriam úteis durante a chamada.

Pontos negativos (software, design e hardware)

Como pontos positivos, estão eles enumerados por todo o artigo.

Apreciação global

Postos os factos, este HTC Hero tem “asas para voar” e, caso se goste deste design, o software de certeza que não irá desiludir.

Quanto ao Android em si, enumerámos algumas vantagens e desvantagens mas, como primeira impressão neste sistema operativo, terá tudo para se vulgarizar nos dispositivos desta categoria.

Actualmente, o que se quer num smartphone está bem vinculado neste HTC Hero, satisfazendo praticamente todas as necessidades com a devida qualidade.

Nenhuma das desvantagens enumeradas anteriormente me parece suficiente para rejeitar este smartphone. Pessoalmente, apenas o rejeitava pelo design. Quanto ao resto, fiquei especialmente agradado com o poder do browser, embora um pouco lento por vezes.

Se pretender comprar um smartphone com o sistema operativo Android… bem, melhor que este não há, portanto será a escolhe acertada.

Veja na página seguinte as especificações

Especificações

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