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O smartphone pode viciar tanto como as drogas, indica estudo

Se sairmos à rua ou se formos a um café, e observarmos as pessoas à nossa volta, o que costumamos ver? Praticamente todos com um smartphone na mão, quer estejam sozinhos ou até rodeados de outras pessoas.

Mas sabemos que essa é uma prática pouco saudável, nomeadamente quando a pessoa não tem controlo. Assim, um novo estudo aponta que o smartphone pode viciar tanto como a cocaína e outras drogas.


As tecnologias são importantes, é uma verdade. Permitem ter a informação na ponta dos dedos, estar atualizados, em contacto direto com as pessoas, entre outras tarefas lúdicas, sociais ou profissionais.

Mas, como em tudo na vida, é necessário haver moderação. Se comermos demasiado açúcar, prejudicamos a saúde. Ao sermos dependentes do jogo, podemos comprometer as nossas economias. Se mentirmos compulsivamente, podemos ter problemas sociais, entre outros.

Resumidamente, o nosso cérebro entende o que nos dá prazer, nos cativa e motiva e dá-nos a sensação de ‘precisar de mais’. Se respondemos a esse desejo, constantemente e sem controlo e moderação, facilmente entramos num loop viciante. Mas aí, para saciarmos a vontade do nosso cérebro, estamos constantemente a ter aquele comportamento.

O mesmo se passa com as tecnologias, nomeadamente com o uso do smartphone.

 

Estudo indica que o smartphone pode viciar tanto como as drogas

O smartphone, ao dar acesso rápido a conteúdos de várias temáticas, tem ingredientes suficientes para se tornar num objeto que nos pode tornar dependentes.

Um recente estudo realizado por investigadores da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, indica os efeitos que o vício do smartphone tem no corpo humano.

Um dos resultados observados foi que o uso excessivo e compulsivo do smartphone diminui a massa cinzenta e liberta dopamina no cérebro do utilizador. Este efeito é igualmente uma consequência provocada pelo uso continuado de cocaína.

A massa cinzenta é a área do cérebro responsável por funções como a visão, audição, fala, controlo muscular e saúde mental.

 

Viciados em smartphones têm um menor volume de massa cinzenta

Os investigadores realizaram uma ressonância magnética a 48 participantes, e verificaram que 22 dos dependentes em smartphones apresentavam uma menor quantidade de massa cinzenta e com imperfeições.

Por sua vez, as 26 pessoas que não apresentavam dependência, possuíam essa área como seria esperado.

Segundo os investigadores:

Comparativamente ao grupo controlado, os sujeitos com dependência de smartphones apresentaram um menor volume de massa cinzenta na ínsula anterior esquerda, córtex temporal e para-hipocampal inferior.

 

Resultados foram semelhantes aos encontrados num estudo de vício de droga

Curiosamente, um estudo sobre o abuso de drogas, desenvolvido pela Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, obteve resultados semelhantes.

Foi observado também que o vício em cocaína também diminuía a massa cinzenta e libertava dopamina no sujeio.

Estes resultado alarmam os investigadores que acrescentam:

Dado o uso generalizado e a crescente popularidade, o estudo questiona a inofensividade dos smartphones, pelo menos em sujeitos que podem correr um maior risco de desenvolver comportamentos dependentes relacionados com smartphones.

Toda esta realidade se torna mais preocupante uma vez que há cada vez mais pessoas a utilizar o smartphone e, ainda mais alarmante é que têm acesso aos smartphone cada vez mais cedo, ou seja, em idades precoces.

Que estes resultados sejam mais uma chamada de atenção para a dinâmica que temos criado ao longo dos tempos, pois já é bastante raro vermos alguém sem smartphone e de pescoço curvado a fitá-lo continuadamente… por horas.

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