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Pele de cogumelo pode ser usada para criar chips eletrónicos biodegradáveis

O mundo está em constante mudança e nós, claro está, temos que mudar a avançar com ele. Neste sentido, as investigações trazem novidades com regularidade, como, por exemplo, novas formas mais sustentáveis de criar os produtos que usamos no nosso dia-a-dia.

Assim, dados mais recentes indicam que a pele dos cogumelos pode ser usada como substrato para a criação de chips eletrónicos biodegradáveis.


Pele de cogumelo para fazer chips biodegradáveis

Com a exigência da produção de cada vez mais chips eletrónicos para responder às necessidades do mercado, a indústria depara-se com um problema a curto e longo prazo relacionado com a poluição desses mesmos componentes. Como tal, é fundamental que sejam encontradas soluções para lidar com este problema que nos afeta a todos.

Assim, as investigações científicas realizadas por cientistas austríacos podem agora ter encontrado uma alternativa amiga do ambiente. Trata-se de uma pesquisa designada MycelioTronics e consiste no uso de pele de fungos como forma de substrato para a criação de PCBs (Printed Circuit Boards) biodegradáveis. Os investigadores descobriram que assim que a pele é removida e seca, esta consegue desenvolver muitas das propriedades encontradas nos PCBs que são usados em todos os dispositivos eletrónicos do mercado.

A pesquisa baseia-se no fungo Ganoderma lucidum para a criação de chips e PCBs, cuja pele é fina, flexível e pode ser dobrada mais de 2.000 vezes, preservando ainda assim a sua integridade estrutural. Para além disso é também um bom isolante e pode suportar temperaturas acima dos 200 graus, o que é mais do que os PCBs conseguem suportar.

Mas, como é normal, tudo isto tem que ser aplicado na prática para ver se é ou não viável. Assim, os investigadores já realizaram várias experiências onde revestiram a pele seca do fungo com uma camada de cobre, crómio e ouro de forma a melhorar a condutividade. Por cima usaram um laser para imprimir trilhos condutores e descobriram que o produto se comportava como um PCB, tendo ainda como vantagem o facto de ser biodegradável.

O fungo Ganoderma lucidum é uma espécie de cogumelo muito popular na Ásia, sendo também conhecido pelo nome Reishi e usado na medicina tradicional chinesa há mais de 4.000 anos. Há quem o descreva como cogumelo da imortalidade.

Assim, quem sabe daqui a uns anos os chips dos nossos equipamentos tecnológicos não serão baseados neste cogumelo, evitando assim enormes quantidade de resíduos?

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