As drives SSD, ou os usualmente chamados discos SSD, têm conseguido conquistar o seu espaço dentro dos mais diversos dispositivos. Hoje os computadores são mais rápidos e mais eficientes energeticamente porque começam a adoptar também estas unidades de armazenamento.
Há, contudo, alguns mitos que ainda preocupam as pessoas e afastam utilizadores desta tecnologia. Vamos conhecer 6 mitos que deve esquecer, pois não são de todo verdade!
Nos últimos anos, os “discos” SSD tornaram-se na solução que permite dar uma nova vida às máquinas mais antigas e que oferecem o melhor desempenho às máquinas novas. Os próprios sistemas operativos e aplicações começaram a privilegiar este tipo de hardware e há empresas que já não dispensam os SSD nos seus produtos, abandonando os discos rígidos tradicionais.
Todos sabemos de algumas vantagens destas unidades: maior velocidade de inicialização, tempo de acesso muito mais rápido (que se traduz na melhor desempenho na execução de tarefas), menor consumo de energia, menor aquecimento, maior velocidade a desligar, etc. Há mais vantagens, mas estas são sem dúvida as mais populares.
Mas é só vantagens?
Não é só vantagens, há casos onde os discos mecânicos, os discos rígidos tradicionais, são mais vantajosos. Uma delas, logo à cabeça, é o melhor preço por Gigabyte.
Em 2008 analisámos este mercado e o comparativo ainda pendia para um dos lados com argumentos fortes. Agora, 8 anos depois, o mercado mudou, os sistemas operativos mudaram, o hardware está mais evoluído e a oferta é maior. Discos rígidos ou SSD, para que lado perderão hoje os argumentos?
Não vamos fazer um frente a frente entre este os dois tipos de unidades, até porque já o fizemos em vários artigos. O que vamos fazer é limar determinadas arestas para o fazer esquecer 6 mitos sobre as drives SSD.
1 – Drives SSD são caras
Este ainda é o maior mito e, na verdade, não deixa de ser isso mesmo… um mito. Claro que se comparar uma drive SSD com uma HDD vai dizer que estamos errados, que de facto o preço por gigabyte não deixa dúvidas e o HDD vende com facilidade.
Mas não podemos deixar de perceber que já não os podemos colocar frente a frente, isto porque cada vez mais o desempenho tem um preço e esse peso descontado ao preço do SSD face ao HDD de certeza que compensa. Depois há outra questão importantíssima: o ruído. As drives SSD são silenciosas ao passo que as unidades HDD são mais barulhentas e têm uma vibração que também é um ponto negativo, por menor que seja o impacto.
Além dos dois pontos anteriores, temos de acrescentar o consumo de energia. Não só o consumo directo da unidade, mas muito o de arrefecimento. Os discos HDD aquecem substancialmente mais e aumentam o consumo de energia no que toca ao arrefecimento.
O rol de vantagens não acabou, há ainda a questão da fiabilidade que tem sido debatida, mas vamos ficar por aqui, pois a argumentação diz-nos que hoje já podemos comprar um SSD de 240 GB por cerca de 60 euros.
2 – Os SSD não são seguros
Este é igualmente um mito e cada vez mais vemos outros dispositivos, como os dispositivos móveis, a derrubar este mito, pois usam unidades de armazenamento SSD e são dos dispositivos mais seguros do mundo.
As drives SSD modernas dispõem de tecnologias de segurança avançadas, como encriptação AES de 256 bits por hardware. Falamos de um standard de encriptação moderno, criado para garantir a segurança dos ficheiros armazenados na unidade sem que com isso comprometa o desempenho ou o rendimento da unidade SSD.
Assim, o utilizador terá uma unidade rápida e com a segurança total sem sacrificar nenhum dos pilares no que toca ao armazenamento. Além disso, a referência à encriptação por hardware significa que o mesmo é feito por um chip separado, presente no próprio SSD.
É muito mais seguro do que a criptografia por software, pois esta última é realizada por uma aplicação existente no computador.
3 – Os SSD não são fiáveis
Não é verdade e é outro grande mito. Este é mesmo um dos maiores argumentos usados por quem resiste à migração do seu hardware para os SSD. Contudo, esta desconfiança tem uma razão de ser. No passado, os SSD tinham uma alta taxa de falhas e perda de informação, inclusive, chegaram a ser realizados testes que mostravam que ao longo dos anos as drives SSD perdiam dados se estiverem alguns dias sem energia.
Mas a tecnologia evoluiu muito nestes últimos anos, hoje as unidades SSD são muito seguras e há estudos que mostram que os SSD têm uma taxa de falhas mais baixa que os HDD. Um dos mais recentes estudos, de 2015, o SSD Annual Failure Rates, dava uma percentagem de 1% nos SSD contra 6% nos HDD.
Claro que qualquer unidade de armazenamento pode falhar, mas as consequências serão menores se tivermos backups em dia. Esta verdade serve quer para unidades SSD quer para unidades HDD.
Para rematar este ponto, e porque o mundo é cada vez mais móvel, neste caso temos de dizer que as unidades HDD são baseadas em pratos, cabeças de leitura, partes mecânicas, que são sobejamente mais sensíveis aos choque e às vibrações, o que poderá indiciar uma fiabilidade maior nos SSD nalguns equipamentos, especialmente nos computadores portáteis.
4 – O ciclo de vida de um SSD é pequeno
Este é mais um mito que vai beber ao passado para se manter vivo. Actualmente, a maioria dos SSD têm garantia de 3 a 5 anos para o consumo doméstico e 10 anos nas unidades profissionais. Esta informação, só por si, permite avalizar que a baixa durabilidade é uma falácia.
É verdade que um SSD funciona com baterias que podem fazer um número máximo de ciclos de escrita antes de se tornar inútil. Mas, actualmente, este também já não é um problema, dadas as tecnologias que existem e que protegem a unidade. A funcionalidade TRIM, por exemplo, é um desses casos e hoje os sistemas operativos já trazem suporte para esta tecnologia.
Um caso específico diz respeito ao Samsung Evo 850 de 250GB, que têm uma classificação de resistência de 75TB. Isto significa que o utilizador pode escrever 40GB por dia, todos os dias, e este tem uma duração de pelo menos 5 anos. A resistência das capacidades de 500GB, 1TB e 2TB duplica (150TB) e levará ainda mais tempo a esgotar-se.
5 – Os novos processos sacrificaram a fiabilidade
A evolução das tecnologias associadas à memória flash NAND têm ajudado a reduzir significativamente o custo por gigabyte. O segredo está no processo de fabrico, mais concretamente na optimização de como os chips são programados, já que em termos físicos as células de um chip com tecnologia SLC, MLC e TLC são exactamente iguais.
Num chip com tecnologia MLC (Mult-Level Cell) cada célula tem a capacidade de armazenar dois bits em vez de um. Os chips com tecnologia SLC (Single-Level Cell) ainda são produzidos, mas apenas conseguem armazenar um bit em cada célula. Este tipo de tecnologia presente nos SSD é direccionada para sistemas de alto desempenho e de alta fiabilidade (por exemplo para servidores).
Os chips com tecnologia TLC conseguem armazenar três bits por célula, o que significa também uma redução de preço por gigabyte em cerca de 33%. As memórias SSD com tecnologia chips MLC e TLC tendem a ser mais baratas.
É um mito que os novos processos estejam, a sacrificar a fiabilidade.
6 – Mais qualidade ou mais quantidade?
Este é outro mito que é usado no comércio. Muitas vezes nas vendas uma máquina salta aos olhos porque tem um disco rígido de 1TB e é “melhor” que a que está ao lado porque tem um SSD de 240GB. Isto é errado e quando se vai comprar temos de perceber o que vamos fazer com o disco, por isso as empresas começaram a apostar nos chamados “Discos Híbridos“. Estes discos consistem numa unidade de armazenamento que possui uma parte SSD, geralmente apenas com 128GB (em tempos até mais pequena) e o restante disco é um disco mecânico rígido comum. A Apple tem uma unidade a que deu o nome de Fusion Drive, mas há no mercado já outras unidades para Windows, que fazem igualmente o mesmo serviço.
Isto é claro, os SSD são muito importantes e se quer ter uma máquina rápida, mais leve e mais económica pode não precisar de muito espaço de tiver o “espaço necessário”. É aqui que está o segredo, comprar um computador que venha com um disco SSD com o tamanho razoável e gerir o espaço com qualidade.
Claro que cada caso é um caso e tudo depende das necessidades do utilizador, mas hoje se for comprar um computador e tiver o mesmo hardware e onde a única diferença seja na unidade de armazenamento, onde uma tenha um disco rígido de 1TB e a outra um disco SSD de 250GB, não tenha dúvidas que fica muito mais bem servido com a máquina que tem o SSD.
Em resumo…
Há muita informação mas há muito mais desinformação. Os mitos propagam-se no tempo e levam as pessoas que não acompanham a tecnologia a não apostar nas drives SSD, porque acreditam na sua pouca eficiência, no seu alto preço ou numa menor durabilidade. Isso não é de todo verdade.