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Diferenças entre chipset Z77 e Z87 (Intel Ivy Bridge vs Haswell)

Por Rui Sousa para o Pplware

Foi no mês passado na Computex Taipei 2013 que a Intel anunciou os processadores que iriam suceder os seus Ivy Bridge. É apresentado novo hardware e a pergunta que o consumidor final faz é: justifica-se a atualização?

Para responder a tal questão, iremos fazer uma breve abordagem sobre as novidades que os novos processadores Haswell, bem como o chipset Z87, trazem para o mercado.

Com a entrada da nova micro-arquitetura, as maiores marcas de motherboards não perderam tempo e já apresentaram as suas soluções com sockets 1150, dotadas dos novos chipset H81, B85, Q85, Q87, H87 e o flagship Z87.

 

Socket 1150

Ao contrário do que aconteceu com a transição dos Sandy Bridge para os Ivy Bridge, os quais usavam o mesmo socket 1155, e como tal uma simples actualização do firmware da BIOS deixava a motherboard apta para os processadores de nova geração, com a entrada do Haswell e o seu novo socket 1150, vemo-nos obrigados a adquirir uma nova motherboard que suporte esse mesmo socket.

Nem tudo são más notícias. E para todos aqueles que tencionam realmente transitar do socket 1155 para o 1150 podem ficar contentes por saber que as dimensões de ambos os sockets são iguais, podendo perfeitamente manter o seu sistema de aircooling ou watercooling para o vosso CPU.

A entrada do Haswell e o seu novo socket 1150

  Gestão de energia

A Intel redesenhou a forma como o processador entra em modo de suspensão, de forma a maximizar a poupança de energia e consequentemente minimizando a pegada ecológica de todas as máquinas. Tal melhoria no sistema de gestão de energia irá apresentar-se vantajosa principalmente nos dispositivos móveis, com um aumento bastante significativo seja na duração da bateria como no desempenho em geral. Só para terem uma ideia, utilizando um Ultrabook para reproduzir um vídeo em HD, a Intel afirma que entre a 3ª e a 4ª geração (Intel Ivy Bridge vs Haswell) existe uma melhoria na duração da bateria de 6 para 9.1 horas, apresentando assim um aumento de cerca de 50%. Outro exemplo desse excelente trabalho realizado pela Intel é o MacBook Air de 13″ que consegue obter 15 horas de autonomia.

No que a desktop diz respeito, dificilmente isso irá acontecer, uma vez que o TDP teve um aumento de 77 watts (Ivy Bridge) para 87 watts (Haswell).

  Gráficos

O processador Haswell veio também trazer melhorias a nível gráfico com a Intel Iris Pro Graphics 5000, 5100, 5200, que apesar de uma melhoria significativa não traz nada de novo para aqueles que possuem uma gráfica dedicada, sendo esta novidade irrelevante, a não ser para aqueles que procuram desktops ou portáteis de gama baixa. De forma a terem uma percepção do que estou a falar, se na Intel Iris Pro serie 4000 conseguiríamos obter cerca de 17 a 23 FPSs num jogo com gráficos em médio, com a serie 5000, conseguimos obter cerca de 5 a 10 FPSs mais, algo que ainda não permite dizer-nos que temos um PC para jogos, mas não deixa de ser uma melhoria significativa.

O processador Haswell veio também trazer melhorias a nível gráfico

/nbsp; VRM (Modo Regulador de Tensão)

O VRM foi movido da motherboard para o CPU, oferecendo uma melhor gestão na regulação da energia, algo que em nada interessa para o utilizador final a não ser para aqueles que pretendem fazer overclock (OC), onde o processo de correcção de tensões já se torna relevante. Todavia, fica a questão: ao ser colocado mais conteúdo no CPU, isso não irá levar a um aumento de temperatura do mesmo?!

  Portas USB 3.0 e SATA 6.0GB/s

O Z87 por omissão suporta mais portas SATA 6.0GB/s, 6 para ser exacto, sendo que o Z77 nativamente apenas apresentava 2. A nível de portas USB 3.0 passamos de 4 portas nativas no Z77 para 6 no Z87.

As melhorias a nível de entradas SATA e USB são bem-vindas, todavia não é nada que já não fosse contornado por parte dos fabricantes com a adição de controladores secundários nas suas motherboards. Vejamos o caso da ASUS na sua Maximus V Extreme (Z77), onde com recurso a um controlador secundário (ASMedia) facilmente apresentava uma motherboard com 6 portas SATA 6.0GB/s e 8 portas USB 3.0.

O Z87 por omissão suporta mais portas SATA 6.0GB/s

  RAM a 3000MHz

No que a OC diz respeito, com o Z77 conseguíamos obter velocidades até 2800MHz. Actualmente com o Z87 conseguimos atingir velocidades até 3000MHz, isto se o processador assim o permitir, sendo que do vasto leque de processadores testados pela ASUS, 75% não comprometia o OC da RAM até 2800Mhz.

A título de curiosidade, e já que estamos a falar de OC, o flagship dos processadores Haswell, o i7 4770K (3.5Ghz) consegue em média atingir OC estável na casa dos 4.4~4.6GHz, havendo referencias de quem já tenha atingido 7.0GHz, todavia isto dos processadores para OC é uma lotaria, e não nos devemos esquecer de que quanto mais OC fizermos ao CPU, menos velocidade iremos conseguir obter nas nossas RAMs, como tal, não esperem fazer um grande OC e ao mesmo tempo conseguir manter as RAMs a 3000 ou 2800MHz.

  Conclusão

Num contexto geral observamos melhorias a todos os níveis, sem comprometimento de funcionalidades. As características dos processadores Haswell e consequentemente do chipset Z87 vem dar um passo de gigante para os equipamentos móveis, onde o consumo de energia e o peso são pontos vitais. Não obstante, para os utilizadores com desktops dotados de processadores Ivy Bridge e chipset Z77, os ganhos de novas características e o aumento de performance global na casa dos 10%, não justifica o investimento, mesmo que para isso seja apenas preciso fazer um upgrade à motherboard e ao processador.

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