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Coreia do Sul anuncia €9,2 mil milhões em empréstimos para apoiar a indústria dos chips

A Coreia do Sul está a planear disponibilizar 14 triliões de won (9,2 mil milhões de euros) em empréstimos de baixo custo no próximo ano para fortalecer a sua indústria de chips. A medida, anunciada pelo Ministério das Finanças, visa enfrentar a crescente concorrência chinesa e as incertezas relacionadas com a política comercial dos EUA sob a nova administração de Donald Trump.


Os empréstimos serão concedidos através de bancos estatais e incluirão 1,8 triliões de won (1,18 mil milhões de euros) destinados à instalação de linhas de transmissão de energia para apoiar empresas num novo complexo de produção de chips.

Este complexo, localizado em Yongin e Pyeongtaek, a sul de Seul, pretende ser o maior cluster tecnológico do mundo, atraindo empresas de design de chips (fabless) e fabricantes de equipamentos.

China está a pressionar os líderes mundiais dos chips

De acordo com a Reuters, o governo sul-coreano destacou o avanço acelerado da indústria de semicondutores da China, que está a pressionar os líderes de mercado, como a Samsung Electronics e a SK Hynix, ambos baseados na Coreia do Sul. Além disso, há preocupações quanto à direção das políticas dos EUA com a possível implementação de medidas protecionistas pelo novo mandato de Donald Trump.

Segundo o Ministério das Finanças, a administração Trump poderá introduzir alterações às leis como o Inflation Reduction Act e o Chips and Science Act, reduzindo incentivos para investimentos nos EUA e impondo tarifas mais abrangentes.

O próprio Trump afirmou recentemente que, no primeiro dia do seu mandato, planeia impor uma tarifa de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de uma tarifa adicional de 10% sobre mercadorias chinesas, alegando preocupações com imigração ilegal e tráfico de drogas.

A indústria de semicondutores sul-coreana enfrenta desafios em áreas como design de chips e fabrico por contrato, onde já está atrás de concorrentes globais. A pressão é agravada pelo aumento da oferta de chips tradicionais por fabricantes chineses, o que impactou negativamente os lucros da Samsung no terceiro trimestre deste ano.

Em resposta, o governo sul-coreano compromete-se a utilizar todos os recursos disponíveis para apoiar as empresas a superar a crise atual e reposicionar o país como líder do setor. A estratégia inclui investimentos estratégicos na infraestrutura tecnológica e incentivos para atrair mais empresas de alto valor agregado.

O complexo em construção em Yongin e Pyeongtaek será um pilar fundamental para a recuperação e expansão do setor, reforçando a posição da Coreia do Sul no mercado global de semicondutores.

 

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