A Optimus voltou a reforçar o seu portefólio de smartphones com o Optimus San Remo. A Optimus tem vindo a propiciar excelentes equipamentos de marca própria em parceria com a Orange e a Alcatel.
O San Remo é um smartphone que parece ter levado à letra o “apertar do cinto” que tão habitual se tem tornado nos dias de hoje. Este smartphone chegou e passou a ocupar o posto de topo de gama entre os seus congéneres.
Este foi um dos dispositivos da Optimus que mais me chamou à atenção. Quando o vi pela primeira vez o que mais me chamou à atenção foi o seu tamanho, espessura, peso e revestimento do ecrã.
O aspecto físico do Sam Remo é ao mesmo tempo um ponto positivo como um ponto negativo. Na vertente negativa, o seu design não tem muito requinte, hoje em dia o consumidor normal (aquele que não se preocupa muito com o hardware), procura na maioria das vezes equipamentos com um corte requintado mesmo que não seja um topo de gama mundial, por outro lado o material é bastante suave, parece ser suficientemente resistente, elegante e ergonómico que para equipamentos com ecrãs superiores a 4″ é um ponto essencial.
Para quem tem mãos secas, a capa traseira ser suave pode ser um problema que podem deixá-lo cair se houver descuido principalmente para quem tiver mãos pequenas, se o perfil das suas mão não se encaixar no mencionado, os contornos arredondados são suficientes para se segurar bem e adequadamente o equipamento.
Também tem outro problema que para mim é uma falha tremenda: o botão do power está mal colocado no topo superior direito. Devido ao tamanho do ecrã, torna-se difícil chegar ao botão com a mão que se está a segurar o telemóvel, mesmo que estique os dedos. Então para quem tiver mãos pequenas. só resta a hipótese de usar a outra mão a não ser então que consiga deslocar o dispositivo para baixo na mão que o segura… Pode ser realmente um problema para utilizadores que tenham mãos pequenas, eu não tenho esses problemas porque tenho mãos suficientemente grandes para segurar equipamentos com grandes ecrãs.
Mesmo para tirar printscreens, que usa a combinação de teclas Power + Volume para baixo, não dá qualquer jeito para se usar uma só mão, tendo que recorrer à outra. O sitio mais ideal, na minha opinião, seria ou na lateral direita ou na lateral esquerda, de preferência no lado direito por baixo dos slots.
Referente à parte frontal temos o que vem na maioria dos equipamentos, auscultador, sensores e câmara frontal, mas este vem com um LED de notificações, no entanto, só pisca uma luz azul não dando para alterar a sua cor.
Ainda na parte frontal, o equipamento usa soft key (teclas de navegação capacitivas), são totalmente iguais às usadas no Android AOSP mas neste caso estão incorporadas no próprio equipamento.
Ecrã
Gostei bastante deste ecrã, apesar de ser IPS LCD, tem uma qualidade bastante satisfatória para a sua resolução de 540 x 960 pixeis – tamanho do ecrã, que é de 4.66 polegadas. Nos ícones notam-se alguns pixeis ou os contornos um pouco esbatidos, mas devem-se ao facto de não possuir uma elevada densidade de pixeis, tem aproximadamente 236 PPI, mas no geral o ecrã não é dos piores.
Um outro aspecto que gostei do ecrã é a sua protecção Dragon Trail Glass, apesar de que não a conhecia pessoalmente até esta análise, pareceu-me bastante interessante por parecer ser resistente e pela questão de que, juntamente com a excelente luminosidade do ecrã, permite uma satisfatória visualização do ecrã quando exposto a um campo com enorme luminosidade solar. Referi que o Dragon Trail Glass parece resistente porque, como é óbvio, não testei a sua resistência.
Câmara
Definitivamente para o comum utilizador, a câmara é um dos componentes mais importantes. O utilizador procura tirar boas fotos sem a necessidade de andar sempre com a máquina fotográfica.
A lente principal deste equipamento tem 8Mpx e tem uma qualidade razoavelmente boa, proporciona tirar fotografias com uma qualidade suficientemente aceitável no entanto a câmara frontal é um total desastre.
A qualidade da câmara frontal é das piores que já vi, para 2Mpx a imagem fica extremamente pixelada e muito escura mesmo num ambiente com luz, não sei se é algum problema de software, kernel (Kernel 3.4) ou se é mesmo da lente.
Eu pessoalmente dou mais importância a outros aspectos como qualidade do ecrã, estabilidade do sistema, actualizações, processador, RAM, o hardware no geral, mas uma análise não recai propriamente para os aspectos técnicos mas mais para a utilização.
Som
O San Remo tem incorporado uma coluna stereo, que ao contrário do que se podia pensar, proporciona uma audição de musica muito boa com uma qualidade bastante boa.
Fiquei impressionado com os auriculares que traz. Normalmente os auriculares que vêem com os equipamento não oferecem uma qualidade de som muito boa, bem estes ficaram completamente acima das minhas espectativas, a qualidade de som está muito acima daqueles que a maior parte dos equipamentos Android e dos topo de gama oferecem.
Durante o tempo que tive o San Remo comigo, usei estes auriculares no meu telemóvel, pois realmente estes oferecem muito melhor qualidade do que o meus.
Software
Há dois pontos que estão inter ligados neste terminal: a performance e a versão do Android. Foi uma má ideia da Optimus lançar este equipamento com Android 4.1.1, quando o Android 4.2 está disponível desde Outubro. O Optimus San Remo vem equipado com um SoC MTK 6577 (pertence à gama anterior dos MediaTek Dual-Core) a 1GHz, teria muito mais rendimento com Android 4.2.
O sistema que acompanha este equipamento é quase AOSP, a interface é praticamente a original do Android mas vem com alguns ícones custom e algumas modificações nos menus, mas o sistema no geral é bastante fluido, talvez ficando melhor com o Apex Launcher ou o Nova Launcher.
As Opções de programador deixou de estar no menu das definições e passou a estar na opção Sobre o telefone com o nome de Configurações avançadas, quem procurar estas opções fica aqui explicado.
Achei o sistema de actualizações bastante interessante, permite actualizar via OTA ou instalação manual, mas tudo feito no equipamento, bastando ter a ROM na memória interna. Penso que os demais fabricante deveriam permitir o mesmo sem a necessidade de recorrer a aplicações de terceiros como por exemplo o Odin para os equipamentos Samsung Galaxy.
Bateria
Bateria é sempre um assunto um bocado subjectivo e muda substancialmente conforme a utilização de cada um. A bateria tem uma capacidade de 1800 mAh e segundo os meus testes teve uma duração relativamente boa a durar me pouco mais de um dia sempre com o brightness no máximo, Wi-Fi ligado e outras aplicações a correr. Com Wi-Fi ligado e sem ligar o ecrã, dos 100% aos 0% durou pouco mais de 5 dias, mesmo com outras aplicações a funcionarem em background. Claro que se fizesse um uso realmente extensivo provavelmente não me chegaria a 24 horas, mas é um bom indicador para quem procura equipamentos económicos.
Parece-me que o sistema vem bem tweakado neste aspecto, os SoCs MediaTek são conhecidos por terem baixo consumo.
A bateria não pode ser removida o que os slots do cartão Micro SIM e do cartão Micro-SD são exteriores, um no lado direito e outro no lado esquerdo respectivamente.
Memórias
Rondam alguns comentários nos demais fóruns de equipamentos móveis que este equipamento vem com 512MB de RAM, mas a realidade é que vem com 1GB (mas deverá ter pouco mais de 800MB utilizáveis já que cerca de 100MB são usados para sustentar o GPU).
Apesar das várias aplicações que vêm instaladas que são: WhatsApp, Chrome, OfficeSuite 7, Skype , Google Plus, Evernote, Adobe Reader, MB Phone, Plants Vs Zombies (jogo), Shazam, Optimus Wiz Location, The Sims 3 e Viber, ainda têm +/- 1.14GB de espaço livre de 2GB no total. Apesar da pequena memória interna, podem estender através de um cartão Micro-SD até 32GB.
Algumas aplicações não permitem que sejam movidas para a memória externa, desta forma, irão encher rapidamente a memória interna.
Penso que seria desnecessário vir com estas demais aplicações, excepto o Optimus Wiz Location já que pertence à operadora. Estas aplicações podem ser gratuitamente descarregadas pelo Google Play e seria sensato não carregar o equipamento com aplicações que os utilizadores poderão não utilizar.
Segurança dos dados
Outro aspecto interessante é a aplicação de backups original da Alcatel chamado de OneTouch Cloud Backup. Esta aplicação permite fazer backup dos contactos, mensagens, calendário, aplicações (só o APK), configurações do sistema, fotografias, marcadores, musicas, registo de chamadas e vídeos para o Dropbox ou o Box. Igualmente permite fazer backup para a memória interna mas deveria também permitir escolher o cartão SD, uma vez que a memória interna é muito pequena.
Benchmarks
Seguem alguns benchmarks. Como sempre esta matéria é inconclusiva e servem para informação não para referenciar se é um bom ou mau equipamento. Os benchmarks não valem de muito até porque a maioria das aplicações para o efeito não aproveitam nem metade da potencia do hardware, noutras palavras servem para mostrar quem tem a “pilinha maior”.
Conclusão
É sem dúvida o melhor Android que a Optimus já lançou. Ganha em todos os aspectos ao Optimus Madrid, que vendeu bastante bem. Infelizmente tem alguns problemas de fundo que lhe retiram algum mérito. É um bocado mau pensar que apesar de ser um equipamento lançado em Maio deste ano ainda vem com o Android JellyBean 4.1.1 que para além de ser desactualizado não tira totalmente partido do hardware deste aparelho.
Não é um mau telemóvel, penso que reúne o necessário para ter uma boa venda mas também o seu preço não irá ajudar a muito mais.
Penso que a Optimus deveria analisar melhor o mercado dos média gama pois há equipamentos melhor equipados e mais baratos. Olhando para aquilo que o mercado neste momento oferece, o preço de lançamento deveria rondar no máximo os 200€, a Optimus sairia muito a ganhar se o preço fosse este.
Espero que considerem esta critica pessoal como incentivo a melhorarem a competitividade.
Quero agradecer à Optimus por ter cedido este equipamento para análise.