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ZX Spectrum: Regresso ao passado em Cantanhede

Para as gerações mais recentes, ZX Spectrum é bem capaz de soar a uma nova marca de Smartphone ou uma marca de robot de limpeza japonês mas a verdade encontra-se bem mais longe disso… no tempo.

E é precisamente para celebrar essa longevidade destes pequeninos processadores do século passado que Cantanhede vai receber o Festival LOAD “”.


ZX Spectrum… a era de ouro começava

A Era dos Spectrum já lá vai, mas para quem passou por esses anos dourados da computação, nunca irá desaparecer.

Já lá vão 37 anos desde o momento em que se digitou o primeiro LOAD “” ou se recebeu a mensagem de TAPE LOADING ERROR e aproveitando a ocasião, vai decorrer em Cantanhede uma iniciativa de celebração destas máquinas intemporais.

 

Um leque de luxo

Entre os convidados e participantes no evento incluem-se nomes como António Dias Figueiredo (professor catedrático aposentado do Departamento de Engenharia Informática da Universidade de Coimbra, co-fundador do Instituto Pedro Nunes e proponente do Projeto MINERVA – informática nas escolas nos anos 80), André Luna Leão (fundador do blog Planeta Sinclair), João Diogo Ramos (engenheiro informático natural de Cantanhede, promotor da iniciativa e curador da exposição LOAD”” e Gonçalo Quadros (fundador e CEO da Critical Software).

O evento terá início no próximo dia 27 de abril, pelas 15 horas com uma conferência onde os convidados falarão abertamente sobre o tema em causa, assim como outras questões importantes.

 

Exposição LOAD “” para reviver o passado

Após a tertúlia a exposição LOAD “” encontrar-se-à oficialmente inaugurada. Cerca de 100 computadores Spectrum provenientes de países tão variados como a Inglaterra, Portugal, EUA, Espanha, França, Polónia, Egipto, Argentina ou Brasil estarão disponíveis para ver e experimentar. Poderão encontrar-se também variados periféricos (sistemas disquetes, gravadores de cassetes, sistemas cartuchos, impressoras, modems, joysticks, ratos, canetas óticas, monitores, cassetes, cartuchos, discos vinil ou teclados externos), manuais, livros e revistas de época.

Será também dado ênfase à história de Sir Clive Sinclair, criador do ZX Spectrum, e das suas empresas criadas então, contemplando todos os veículos elétricos, aparelhos de medida, calculadoras, relógios, TVs de bolso e rádios/aparelhos áudio.

Para os mais saudosistas sobreviventes desses tempos nos quais havia muitas deficiências mas também havia grandiosos momentos de prazer e realização, esta exposição será certamente uma verdadeira viagem no tempo….

A Era dos Spectrum

Eis de seguida um pouco da história da computação acerca do tema, amavelmente disponibilizado por João Diogo Ramos:

Nos anos 70, existiam alguns equipamentos, provenientes do continente Americano, de empresas como a Apple, a Commodore ou a Atari, mas a sua generalização foi limitada, sobretudo pelo seu elevado custo.

No final dessa década, Clive Sinclair, um inventor inglês, decidiu apostar nesta área emergente e, em 1980, lançou o primeiro microcomputador com um preço abaixo das 100 libras, o ZX80, dispositivo tecnológico que se ligava à televisão e que viria iniciar a mudança do panorama da utilização dos computadores em Inglaterra, processo que se generalizou em muitos outros países, incluindo Portugal.

Em 23 de abril de 1982, a empresa Sinclair introduziu no mercado uma versão mais evoluída, a cores, de seu nome ZX Spectrum, que veio a tornar-se um ícone dos jovens da geração dessa década.

O ZX Spectrum não nasceu para ser uma máquina de jogos, mas atingiu o estrelato, muito devido a essa componente lúdica. Imediatamente, surgiu todo um ecossistema à volta deste equipamento onde jovens começaram a desenvolver competências na área tecnológica, o que veio a despertar a vocação para a informática de muitos profissionais atualmente ligados ao mundo das tecnologias de informação, os quais começaram por aprender a programar neste equipamento percursor do mundo informático que hoje conhecemos.

Também o nosso país desempenhou um papel de muito relevo nesta revolução tecnológica, devido ao destaque que a engenharia portuguesa da empresa TIMEX (TMX Portugal). Tendo esta começado por montar alguns dos primeiros computadores da Sinclair, desde cedo o desenvolvimento de novos modelos com a marca TIMEX cresceu e popularizou-se em alguns países.

Em determinado momento era a TIMEX Portugal, com instalações na Costa da Caparica, quem desenvolvia alguns dos microcomputadores e periféricos mais avançados do mundo Spectrum. Ainda hoje, é possível encontrar microcomputadores da TIMEX, Made In Portugal, em países tão díspares como Portugal ou Polónia e – no continente americano – Estados Unidos da América ou Argentina.

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