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Start-up diz que mini-bombas em navios poderão vir a fornecer energia

Como já aqui partilhamos várias vezes, está a tornar-se cada vez mais frequente assistir a uma procura ou adoção de novas opções para deixar para trás os combustíveis fósseis. Desta vez, a ideia surgiu de uma start-up dinamarquesa. O objetivo é que sejam colocadas em navios umas mini-bombas, de modo a produzir energia nuclear.

A ideia tem como base a utilização de mini reatores nucleares flutuantes que poderiam fornecer energia a países inteiros.

 


Energia nuclear > combustíveis fósseis

A start-up Seaborg Technologies acredita poder tornar a eletricidade nuclear barata numa alternativa viável aos combustíveis fósseis. Assim, poderá ser uma opção a ser adotada por países em desenvolvimento, num horizonte determinado para 2025.

Conforme divulgou a start-up, o plano é equipar navios com pequenos reatores nucleares avançados, algo como mini-bombas marítimas. Isto, para ser instalado perto de países com carência de infraestruturas de abastecimento de energia que promova a implementação de energias renováveis.

Fonte: Seaborg Technologies

Apesar de o conceito de mini-bombas flutuantes não ser novidade, é a primeira vez que surgem para fornecer eletricidade para o continente.

Além de não serem capazes de introduzir as energias renováveis, os países em desenvolvimento também não conseguem avançar com a energia nuclear. Afinal, é exigida regulamentação, para mitigação de possíveis acidentes, que os países não possuem.

Se não conseguirmos encontrar uma solução energética para estes países, recorrerão aos combustíveis fósseis e nós certamente não conseguiremos atingir os nossos objetivos climáticos.

Disse Troels Schönfeldt, chefe executivo da Seaborg Technologies.

Reator compacto de sal fundido.

Reatores aptos por 24 anos, garante start-up

Para o projeto, a start-up reuniu cerca de 20 milhões de euros de investidores privados. Além disso, já recebeu a primeira das várias aprovações regulamentares necessárias para o levar avante.

De acordo com Troels Schönfeldt, o reator compacto de 100 megawatts de sal fundido da empresa levaria dois anos a ser construído e geraria eletricidade mais barata do que a energia alimentada a carvão. Posteriormente, estima começar a receber encomendas para as embarcações nucleares até ao final de 2022 e garante que estão aptas para 24 anos de funcionamento.

Primeiro navio a fornecer energia ao porto russo de Pevek, no Mar da Sibéria Oriental, em dezembro de 2019.

Pelo que foi divulgado pela empresa, os navios estão equipados com um, ou vários, pequenos reatores nucleares que geram energia e enviam-na para o continente. Aliás, o primeiro navio com mini-bombas começou a fornecer energia ao porto russo de Pevek, no Mar da Sibéria Oriental, em dezembro de 2019.

Contudo, o plano é que seja instalado em mais países, com economias em desenvolvimento, para alimentar indústrias, purificar a água e produzir hidrogénio limpo.

Os entraves às mini-bombas da start-up

Apesar de ser um projeto inovador, não é bem recebido por todos. De acordo com um analista nuclear da Bloomberg New Energy Finance, Chris Gadomski, as mini-bombas em navios implicam preocupações e riscos. Isto, porque se trata de uma plataforma com uma central elétrica e reatores nucleares.

Uma receita para a catástrofe […] Além de todas as falhas e riscos das grandes centrais nucleares terrestres, enfrentam riscos adicionais devido à imprevisibilidade do funcionamento das zonas costeiras e do transporte sobre o alto mar. Pense em tempestades, pense em tsunamis.

Disse Jan Haverkamp, da Greenpeace.

No entanto, Schönfeldt contrapôs, afirmando que o reator avançado foi concebido para ser o mais seguro possível, tendo em conta os piores cenários. Aliás, possui um sistema que evitará, em caso de acidente, que o material radioativo se disperse pelo mar e pelo ar.

 

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