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Robô derrete os seus “ossos” para moldar a forma como se desloca

A tecnologia está longe de conhecer os seus limites. Desta vez somos confrontados com um robô que consegue “derreter” o material das suas articulações que são reconfiguráveis ​​em tempo real. Desta forma, este pequeno robô consegue evitar obstáculos.

Este tipo de “modificação” acontece nos esqueletos dos animais. São mecânicas possíveis nos ossos e há exemplos que servem de modelos.


Robô que parte os seus ossos para os voltar a soldar

Na natureza temos diferentes animais que nascem já otimizados para cenários e ações diversificadas. Assim, essa otimização é refletida nas estruturas dos seus corpos. É especialmente evidente nos esqueletos de animais projetados para se moverem em terra, onde há uma extensa diversidade de membros e articulações.

Existem algumas estruturas gerais ​​que tendem a funcionar bem, como ter quadris, joelhos, tornozelos e pés. Contudo, se observamos a diferença entre o esqueleto de uma avestruz e o esqueleto de um elefante, teremos uma noção de como existe muito espaço de manobra.

Infelizmente para os animais, a otimização significa que, embora sejam excelentes nalgumas coisas, lutam com outras coisas, porque não são capazes de retroprojetar e reotimizar os seus esqueletos em tempo real.

 

Mas como funcionaria isso na realidade?

Há animais que podem mudar um pouco a sua morfologia, mas estão presos a restrições biológicas. Já os robôs têm uma maior liberdade também nesse campo. Os investigadores da Colorado State University desenvolveram um pequeno robô ambulante que pode derreter e solidificar os ossos para otimizar as suas pernas para diferentes movimentos.

Por norma, estas alterações estruturais são feitas no “modo simplificado”: cortar, colar e amarrar. Seja nas pernas, rodas, asas ou rotores, a arte é sempre a de cortar, fita-cola e avançar.

Neste caso, a abordagem é muito diferente. Para haver a tal mobilidade, flexibilidade e diversidade de recursos, o robô permite-se reconfigurar “à medida”. Isto é, ele usa o seu hardware para o adaptar às necessidades do momento. Transforma-o em tempo real.

Jianguo Zhao, investigador que se dedica a desenvolver robôs saltadores, apresentou um artigo publicado no IEEE Robotics & Automation Letters, onde descreve o novo tipo de pequeno robô reconfigurável. Desta forma, Zhao refere existe uma estrutura plástica que pode ser seletivamente derretida e endurecida rapidamente, alterando as configurações das juntas e o movimento resultante.

Os investigadores chamam a isso de “forma de metamorfose nas juntas”, embora o investigador refira que é mais simples entender isto como os “ossos” que partem e soldam à medida das necessidades.

 

Articulações feitas em PLA

Demora pouco mais de 10 segundos para amolecer o PLA. Este é o material que foi usado nas articulações do robô. Desta forma, as juntas são enroladas num fio que aquece quando é aplicada tensão. Uma capa de silicone mantém o PLA na sua forma convencional. Depois, tal como podemos ver no vídeo, a juntas podem ser alteradas passando da forma rígida para mole. Isto quando recebem calor em diferentes áreas, adaptando “o membro”.

Este robô em particular é muito simples. Impresso em 3D tem apenas dois atuadores no total para se mover com 4 pernas. Contudo, o interessante será ver esta filosofia de transformação morfológica em robôs numa escala bem maior e com mais complexidade.

 

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