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Robô de slime magnético poderá vir a ser uma poderosa arma na medicina

Já aqui vimos várias vezes que a tecnologia é uma excelente aliada da medicina. Prova disso é, desta vez, um slime magnético que poderá vir a ser utilizado no sistema digestivo para, por exemplo, ajudar na redução de danos resultantes da ingestão de uma bateria.

Embora tenha sido anunciado perto do dia das mentiras, os seus criadores já provaram a sua veracidade.


Um grupo de cientistas criou um slime magnético que é capaz de envolver objetos pequenos, bem como passar por espaços estreitos, voltando posteriormente à sua estrutura inicial. De acordo com os criadores, o slime é controlado por ímanes, e é também um bom condutor elétrico, podendo ser utilizado para interligar elétrodos.

Apesar de ter sido lançado perto do dia das mentiras, 1 de abril, o cocriador, Li Zhang, da Chinese University of Hong Kong, garantiu que o slime magnético de cor escura é uma verdadeira investigação científica e não uma piada. Aliás, conforme mencionado pelo The Guardian, os meios de comunicação compararam-no a Flubber, uma substância mostrada no filme de ficção científica de 1997.

O objetivo final é aplicá-lo como um robô. Ainda o consideramos como investigação fundamental – tentando compreender as suas propriedades materiais.

Disse Zhang, acrescentando que, para já, o slime não possui autonomia.

 

Slime poderá ser usado no corpo humano

Num estudo publicado na Advanced Functional Materials, foi descrito como um robô de slime magnético. Este é composto por uma mistura de um polímero conhecido como álcool polivinílico – encontrado em produtos de limpeza -, e imanes de neodímio.

De acordo com os criadores, o slime contém partículas magnéticas que permitem que viaje, rode e assuma formas de ‘O’ e ‘C’, aquando da aplicação de ímanes externos. Por ter propriedades viscoelásticas, “às vezes comporta-se como um sólido, às vezes comporta-se como um líquido”, e é capaz de passar por espaços estreitos de apenas alguns milímetros, bem como transportar objetos no seu interior.

Quando se lhe toca muito rapidamente, comporta-se como um sólido. Quando o tocamos suave e lentamente ele comporta-se como um líquido.

Explicou Zhang.

Para já, a equipa não possui quaisquer planos para testar este novo robô em ambiente médico. Contudo, prevê que o slime pode vir a ser promissor no futuro. Por exemplo, no sistema digestivo, onde pode ajudar na redução de danos resultantes da ingestão de uma pequena bateria.

Para evitar o vazamento de eletrólitos tóxicos, talvez possamos usar este tipo de robô de slime para fazer um encapsulamento, para formar algum tipo de revestimento inerte.

Esclareceu Zhang.

Apesar de inovador, o próprio slime possui partículas magnéticas tóxicas. Por isso, os criadores revestiram-no com uma camada de sílica – um dos componentes da areia -, por forma a criar uma camada protetora.

De acordo com Zhang, a segurança associada ao slime, tendo em conta essas partículas tóxicas, dependeria “fortemente de quanto tempo as manteria dentro do seu corpo”.

O robô de slime proposto implementa várias funções, incluindo agarrar objetos sólidos, engolir e transportar coisas nocivas, monitorização do movimento humano e comutação e reparo de circuitos. Este estudo propõe o projeto de novos robôs de corpo mole e aprimora as suas aplicações futuras em campos biomédicos, eletrônicos e outros.

Lê-se no estudo.

 

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