Causa mais de 600 mil mortes por ano, no mundo, e os cientistas procuram, incansavelmente, uma forma de a aniquilar. Agora, descobriram que o parasita que causa a malária pode ser manipulado e desativado. Good news, everyone!
A malária é uma doença parasitária do sangue, provocada por um parasita transmitido através da picada de um mosquito, o plasmodium. Conforme vamos acompanhando, trata-se de uma doença endémica, em vários países tropicais, e é potencialmente fatal, caso não seja tratada a tempo.
Esta e outras doenças estão no foco da ciência, que procura, afincadamente, formas de as prevenir e tratar.
Cientistas perceberam que podem desorientar o parasita que causa a malária
Agora, um novo estudo levado a cabo pela Universidade de Genebra (UNIGE), na Suíça, resultou em esperançosas conclusões: o parasita causador da malária utiliza sensores especiais para agir e, devidamente manipulados, podem desorientar e desativar este patógeno.
As novidades, que representam um grande passo na luta contra esta doença que afeta quase 250 milhões de pessoas, no mundo, foram publicadas na Science Advances, segundo um comunicado da UNIGE.
De acordo com a imprensa portuguesa, os especialistas descobriram que o parasita causador da malária, do género plasmodium, possui sensores ausentes noutros micróbios, capazes de diferenciar se está num humano ou num mosquito. Os investigadores explicaram que essa diferenciação é essencial para o ciclo de expansão do parasita.
É transmitido ao homem pelo mosquito Anopheles através das suas picadas, seguindo para o fígado, onde cresce durante cerca de dez dias, depois para o sistema sanguíneo humano, infetando os glóbulos vermelhos, e, uma vez lá, pode novamente ‘viajar’ para outro mosquito.
Lê-se no Jornal de Notícias.
O líder do estudo, Mathieu Brochet, professor do Departamento de Microbiologia da UNIGE, explicou que o sensor é constituído por cinco proteínas e, se for removido, “o parasita não percebe que deixou de estar no sangue para chegar ao mosquito e não consegue continuar o seu desenvolvimento”.
Além disso, se os seus sensores forem manipulados, aquando da fase de expansão no sangue do corpo humano, pode ficar desorientado. Quando o parasita está no fígado, o paciente não apresenta sintomas. No entanto, na fase de multiplicação nos glóbulos vermelhos, são registados episódios de febre muito alta.
Apesar de a equipa já ter identificado as moléculas que o plasmódio deteta no inseto, ainda não detetou as que o orientam no corpo humano. Uma vez que “entender este mecanismo biológico muito específico será um passo importante na luta contra o parasita”, a investigação deverá continuar.