Os cientistas descobriram uma classe de ondas nunca vistas dentro do Sol que se movem na direção oposta da sua rotação e viajam tão rápido que desafiam qualquer explicação.
A “natureza ainda indeterminada destas ondas promete uma nova física e uma nova visão da dinâmica solar”, relata um novo estudo.
Conhecemos pouco do nosso Sol?
Há muita coisa que ainda não sabemos sobre o Sol. Embora as missões como a Parker Solar Probe da NASA nos ajudem a esclarecer os comportamentos da estrela, os cientistas continuam a descobrir coisas novas que são bastante desconcertantes.
De facto, os investigadores estão atualmente desconcertados com um novo tipo de onda descoberta no astro-rei. As novas ondas no Sol nunca foram observadas antes.
As ondas foram vistas por acaso quando os investigadores vasculhavam décadas de observações solares.
A equipa tentava responder a uma pergunta completamente diferente sobre o Sol quando notaram padrões de redemoinho na sua superfície causados por estas “ondas retrógradas de alta frequência (HFR)”, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira na Nature Astronomy.
Não estávamos a procurar intencionalmente estas ondas. Um dos maiores mistérios do Sol é o ‘enigma convectivo’ onde a teoria sugere, mas as observações não podem encontrar, a existência de grandes células convectivas”, que também são conhecidas como “células gigantes”.
Portanto, estávamos a procurar nos dados as assinaturas destas células e foi quando descobrimos as ondas HFR. Inicialmente, pensamos serem realmente ‘células gigantes’, mas descartamos isso posteriormente (como declarado no artigo).
Referiu Chris Hanson, investidor da Universidade de Nova York Abu Dhabi, que liderou o estudo.
Segundo o estudo, os cientistas tentaram entender as ondas HFR como versões aprimoradas das ondas Rossby-Haurwitz, dada a grande semelhança destes dois fenómenos.
A equipa considerou a possibilidade de que as ondas fossem sobrecarregadas por interações com as forças intensas do Sol – como os seus campos magnéticos, gravidade e compressibilidade – mas, no final das contas, estas explicações ficaram aquém.
Qualquer uma destas possibilidades traria novos insights sobre a física do interior do Sol; no entanto, argumentamos que todos estes cenários são improváveis.
Evidentemente, há ingredientes ausentes ou mal restritos nos modelos padrão do Sol, e determinar o mecanismo responsável pelos modos HFR aprofundará a nossa compreensão dos interiores do Sol e das estrelas.
Disseram Hanson e os seus colegas no estudo.
Conhecer este enigma ajudará a conhecer melhor outras estrelas
Agora que estas ondas misteriosas foram descobertas, os investigadores planeiam continuar a sondar as possíveis origens das mesmas.
Vão usar modelos complexos do enigmático interior do Sol, que não podem ser observados diretamente com telescópios convencionais.
Resolver este quebra-cabeça solar pode esclarecer uma série de questões em aberto sobre a estrutura, rotação e física do Sol – e, por extensão, de outras estrelas.
Se entendermos por que e como essas ondas são criadas, podemos tentar deteta-las em outras estrelas. Isso, por sua vez, levará a uma nova visão das estruturas estelares.
Referiu Hanson.