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O seu fígado não envelhece com o resto do corpo. Neste momento, terá cerca de 3 anos

Esta não é, provavelmente, uma questão sobre a qual já se tenha debatido, uma vez que parece apenas um processo natural. No entanto, saiba que, independentemente da sua idade, o seu fígado parou de envelhecer nos três anos.

Afinal, todos temos, efetivamente, uma criança interior.


De acordo com uma nova investigação, o fígado humano permanece bastante jovem, enquanto o resto do corpo vai envelhecendo. Portanto, independentemente da sua idade – quer tenha 18, 40, ou 60 anos -, saiba que o seu fígado poderá ter menos do que três anos (segundo a média encontrada).

É um dos maiores e mais importantes órgãos do corpo humano e a sua principal função é, de forma simples, eliminar toxinas. Por ter esse papel, está constantemente em contacto com substâncias nocivas e, por isso, tem uma grande probabilidade de se ferir. Para evitar que isto aconteça, é um órgão que, distintamente dos restantes, tem a capacidade de se regenerar depois de sofrer danos.

A investigação que revela que o fígado para de envelhecer aos três anos foi publicada na Cells Systems.

 

Um fígado jovem para a vida toda

Uma equipa de biólogos, físicos, matemáticos e clínicos analisou o fígado de uma panóplia de indivíduos com idades compreendidas entre os 20 e os 84 anos. Para a surpresa do grupo, as células hepáticas dos cadáveres tinham mais ou menos a mesma idade.

Alguns estudos apontaram a possibilidade de as células hepáticas serem de longa duração enquanto outros mostraram uma rotação constante. Ficou claro para nós que, se queremos saber o que acontece nos seres humanos, precisamos de encontrar uma forma de avaliar diretamente a idade das células hepáticas humanas.

Revelou Olaf Bergmann, biólogo molecular e líder do grupo de investigação no Center for Regenerative Therapies Dresden (CRTD) da Technische Universität Dresden.

Os investigadores perceberam que “não importa se tem 20 ou 84 anos, o seu fígado permanece, em média, com pouco menos de três anos”.

 

Não é fácil determinar a idade das células

Apesar de todo o conhecimento que existe atualmente, determinar a idade biológica das células humanas ainda é um desafio, pois as técnicas que são utilizadas nos animais não podem ser utilizadas nos seres humanos. Por isso, a equipa utilizou a modelação matemática e uma técnica chamada datação retrospetiva do nascimento. Esta última data as células humanas com base nos níveis de um isótopo de carbono que se disseminou pela atmosfera após a realização de testes nucleares em meados do século XX.

Dessa forma, a equipa percebeu que a renovação do fígado não é afetada pelo envelhecimento, e percebeu que o “ajustamento da massa hepática às necessidades do corpo é rigorosamente regulado através da constante substituição das células hepáticas”. Esta substituição é um processo essencial, por exemplo, para controlar a formação de cancros.

A maioria das nossas células tem dois conjuntos de cromossomas, mas algumas delas acumulam mais ADN à medida que envelhecem. No final, tais células podem transportar quatro, oito, ou mesmo mais conjuntos de cromossomas.

Explicou Bergmann.

Olaf Bergmann, biólogo molecular e líder do grupo de investigação no Center for Regenerative Therapies Dresden (CRTD) da Technische Universität Dresden

Além do fígado, a equipa está ainda a estudar os mecanismos que controlam a regeneração de outros tecidos, como o cérebro e o coração.

A nossa investigação mostra que estudar a renovação celular diretamente em humanos é tecnicamente muito desafiante, mas pode fornecer conhecimentos inigualáveis sobre os mecanismos celulares e moleculares subjacentes à regeneração de órgãos humanos.

Revelou o líder do grupo de investigação Bergmann.

De facto, perceber os métodos que permitiriam a regeneração de alguns dos tecidos mais importantes do corpo humano poderia ser uma descoberta sem precedentes.

 

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