A ciência promove a evolução e, graças a ela, nasceu o primeiro bebé europeu gestado por duas mulheres.
Derek Eloy tem apenas alguns dias, mas o seu nascimento, a 30 de outubro, já marcou a história da ciência. O menino espanhol, que chegou ao mundo na maternidade do Hospital Juaneda Miramar, em Maiorca, é fruto de uma gravidez partilhada entre Azahara (de 27 anos) e Estefanía (de 30 anos).
Esta gestação foi possível, graças a um método inovador chamado INVOcell. De forma simples, este consiste na implantação de uma espécie de incubadora, desde o útero de uma mulher para outra.
Extraímos os ovócitos da paciente número um e combinámos com espermatozoides que obtivemos em bancos de sémen de Sevilha e do País Basco.
Explicou Felipe Gallego, biólogo e diretor do laboratório Centro de Fertilidade Juaneda, ao Diario de Mallorca.
Um bebé europeu gestado por duas mulheres
Apesar de ser uma prática comum nos Estados Unidos da América (EUA), não o é na Europa, pelo que o nascimento de Derek é verdadeiramente inovador.
Contrariamente aos métodos que conhecemos de reprodução assistida, o INVOcell consiste na implementação de uma incubadora num dispositivo que é introduzido na vagina, durante cinco dias. Este dispositivo contém os espermatozoides e os óvulos – geralmente dois óvulos, pelo que se pode obter um máximo de dois embriões.
Após cinco dias, o ginecologista retira o dispositivo e verifica se a fertilização ocorreu. Depois, escolhe o embrião considerado mais viável e transfere-o para o útero.
Normalmente, esta transferência é efetuada para a mesma mulher. No entanto, o INVOcell permite que seja transferido para outra, que completa a gravidez até ao parto.
Desta estreia, em Espanha, resultou Derek Eloy que, depois de uma cesariana complicada, nasceu saudável, com 3,3 kg.
O INVOcell é um sistema de cultura intravaginal oferecido em diversas clínicas especializadas em reprodução assistida. Foi desenvolvido pela empresa americana INVO Bioscience, e é o “primeiro e único dispositivo médico” para esta cultura que possui autorização da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA e certificado europeu.
Atualmente, o preço varia de uma clínica para outra, mas não é muito superior ao da fertilização in vitro (FIV).