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NASA tem novo telescópio que poderá encontrar 400 novos planetas

Quando se fala em novos planetas, a primeira ideia que vem à cabeça é se terão ou não vida. Mesmo que seja uma ideia peregrina, a verdade é que olhamos para o Espaço com a ansiedade de sabermos se estamos ou não sozinhos. Mesmo que não seja esse o critério para colocar no espaço o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, a verdade é que tem já o objetivo de descobrir 400 novos planetas.


NASA: Telescópio Nancy Roman terá a missão de descobrir planetas “rebeldes”

O Telescópio Espacial Nancy Roman tem potencial para encontrar 400 planetas errantes na Via Láctea. A estimativa das 4 centenas resulta de um estudo de nove anos chamado Microlensing Observations in Astrophysics (MOA).

O novo telescópio da NASA, um observatório espacial a construir brevemente, poderá contribuir para a descoberta de centenas de exoplanetas não identificados. Este tipo de planetas flutua livremente nas galáxias e não está gravitacionalmente ligado a nenhum sistema estelar.

Os cientistas da agência espacial norte-americana e da Universidade de Osaka estimam que o telescópio poderá localizar cerca de 400 planetas deste tipo, prevendo-se que o número aumente quando começar a “caçar” a partir do seu posto a cerca de um milhão de quilómetros da Terra.

Estimamos que a nossa galáxia tenha 20 vezes mais planetas interestelares do que estrelas – triliões de mundos a vaguear sozinhos. Esta é a primeira medição do número de planetas interestelares na galáxia que é sensível a planetas menos maciços que a Terra.

Disse David Bennett, investigador do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland.

Esta imagem mostra a localização de 115 potenciais planetas interestelares recentemente descobertos por uma equipa de astrónomos na direção das constelações do Escorpião Superior e do Ofiúco, assinalados com círculos vermelhos. Os planetas interestelares têm massas comparáveis às dos planetas do nosso Sistema Solar, mas não orbitam uma estrela e, em vez disso, vagueiam livremente por si próprios. Credito: ESO/N. Risinger (skysurvey.org)

Encontrar estes errantes solitários

A estimativa de 400 planetas “errantes” resulta de um estudo levado a cabo durante 9 anos, chamado Microlensing Observations in Astrophysics (MOA), realizado no Observatório da Universidade de Mount John, na Nova Zelândia.

Apenas uma abordagem, conhecida como um evento de microlente, pode detetar planetas interestelares. Trata-se de um tipo de lente gravitacional que é útil para detetar planetas de baixa massa a uma grande distância.

Os eventos de microlente ocorrem quando um objeto, como uma estrela ou um planeta, fica quase perfeitamente alinhado com uma estrela de fundo não relacionada com o nosso ponto de vista.

Explica o comunicado da NASA.

O Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, anteriormente o Wide Field InfraRed Survey Telescope (WFIRST), é um observatório da NASA projetado para resolver questões essenciais nas áreas de energia escura, exoplanetas e astrofísica infravermelha. O telescópio tem um espelho primário com 2,4 metros de diâmetro, do mesmo tamanho que o espelho primário do Telescópio Espacial Hubble. Está previsto ser lançado no espaço em maio de 2027.

No entanto, há um senão: estes planetas são extremamente raros de identificar, uma vez que um evento de microlente é uma “ocorrência única”. Por conseguinte, há menos oportunidades para observações de acompanhamento.

Por este motivo, o telescópio Nancy Roman funcionará em simultâneo com telescópios terrestres, principalmente o PRIME (Prime-focus Infrared Microlensing Experiment) do Japão, no Observatório Astronómico da África do Sul, em Sutherland.

Utilizando quatro detetores, um telescópio PRIME de 1,8 metros realizará levantamentos de microlensing em áreas vastas na luz infravermelha próxima.

Como resultado, quando um sinal de microlensing de um planeta errante chegar à Terra, o Roman e o PRIME serão capazes de recolher uma quantidade adequada de dados num curto espaço de tempo.

O Roman será sensível mesmo a planetas errantes de menor massa, uma vez que observará a partir do espaço. A combinação da visão ampla e da visão nítida do Roman permitir-nos-á estudar os objetos que encontrar com mais pormenor do que se utilizássemos apenas telescópios terrestres, o que é uma perspetiva emocionante.

Disse Naoki Koshimoto, professor assistente na Universidade de Osaka.

Já foi descoberto um candidato a planeta errante para futuras observações pelo telescópio espacial Roman, cujo lançamento está previsto para maio de 2027.

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