Richard Dawkins disse em certa altura que “é implausível e arrogante pensar que estamos sozinhos no Universo”. Sendo o Universo tão imenso que ultrapassa a nossa compreensão de infinito, possivelmente somos apenas mais uns habitantes deste lugar. Como tal e acreditando que efetivamente não estamos sós, a NASA, através do seu instituto para a Procura de Inteligência Extraterrestre (SETI), descreveu algumas das suas técnicas envolvidas na procura de vida alienígena.
A vida tal como a conhecemos precisa de requisitos muito vincados. Se estes existirem no Universo, podemos querer saber onde se encontram.
Há vida alienígena?
Num tão vasto Universo com milhões de estrelas, cada uma com vários planetas hipoteticamente perfeitos para albergar a vida como a conhecemos, por que razão não haveremos de acreditar que não estamos sós?
Bom este será um dos princípios que move um grupo de mais de uma centena de cientistas e investigadores num instituto sob a alçada da NASA.
Nada alimenta mais a imaginação humana quanto a possibilidade de não estarmos sozinhos no Universo. Mesmo quando sonhamos com civilizações alienígenas na ficção científica, os investigadores envolvidos na procura de inteligência extraterrestre (SETI) estão a procurar nos céus megaestruturas artificiais, sinais de luz, e outros sinais de boa-fé de vida inteligente no Universo.
Embora grande parte da investigação do SETI envolva o varrimento do espaço na procura de sinais de luz e rádio como indicadores de vida extraterrestre, esta organização também procura objetos maiores – especificamente megaestruturas alienígenas.
Não sabemos inteiramente o que procuramos. Que tipo de estruturas é que construiriam? Temos de ter o cuidado de não descartar coisas se não as compreendermos.
Explicou Ann Marie Cody, uma cientista investigadora da NASA e do Instituto SETI ao programa Motherboard’s Space Show.
Por esta razão, os investigadores do SETI têm de cultivar um equilíbrio interessante entre a especulação aberta sobre extraterrestres e técnicas cientificamente rigorosas para tentar detetá-las.
O método que Cody e os seus colegas empregam para tentar encontrar estas megaestruturas é realmente direto – e é um método amplamente utilizado pelos cientistas para descobrir exoplanetas e outros corpos celestes há décadas.
Olhamos para milhares – até milhões – de estrelas, tiramos imagem após imagem, então traduzimos estas imagens numa sequência do brilho de cada estrela ao longo do tempo.
Referiu Cody.
Procurar vida alienígena é um desafio a perceber o desconhecido
Sempre que um objeto como um planeta passa por esta estrela, ele escurece e cria uma assinatura de luz.
Portanto, a cada nova imagem, os cientistas poderão detetar algo diferente. Indícios de que aquele exoplaneta, por exemplo, tem estruturas que modificaram a sua geologia, a sua dinâmica.
Se tiverem uma megaestrutura artificial, poderá existir uma assinatura diferente que seria única.
Acrescentou a cientista da NASA.
Contudo, até agora, o SETI não produziu nenhum sinal de estruturas alienígenas maciças tipo a Esfera de Dyson, uma megaestrutura hipotética originalmente descrita por Freeman Dyson, a qual orbitaria uma estrela de modo a rodeá-la completamente, capturando toda ou a maior parte da sua energia emitida.
Felizmente, Cody diz que se algo sair, os investigadores estarão mais do que dispostos a informar o público – depois de verificar rigorosamente as suas descobertas, é claro.
Não queremos que a ciência aconteça à porta fechada. Queremos que o público veja que é um processo. Não é como se descobrisse algo instantaneamente que lá esteja. Temos de seguir e testar todas as hipóteses.
Sem dúvida que é arrogante pensarmos que somos os únicos seres no Universo, mas como reagiria a humanidade se um dia fosse descoberta uma civilização num exoplaneta?