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James Webb é suficientemente potente para detetar vida extraterrestre, dizem os cientistas

O telescópio deverá ser suficientemente potente para detetar biomoléculas em atmosferas extraterrestres. Pelo menos é esta a esperança dos cientistas que dedicam a sua atenção às capacidades deste super telescópio. Aliás, eles referem mesmo que o James Webb não foi construído para ser um caçador de planetas. Então haverá esperança em “caçar” algo mais?


Lá em cima, há um Universo sem fim…

Há anos que os cientistas têm estado à escuta de uma mensagem de ETs, mas nenhuma foi recebida. No entanto, esta pode não ser a melhor forma de procurar vida extraterrestre nas estrelas. O Telescópio Espacial James Webb (JWST) pode ter o que é preciso para detetar vida em mundos longínquos, de acordo com um novo estudo.

O Webb não foi construído para ser um caçador de planetas dedicado, como o Telescópio Espacial Kepler, mas o exame de exoplanetas faz parte do perfil da sua missão. Ele próprio já detetou alguns exoplanetas novos.

A maior parte das descobertas de exoplanetas feitas pelo Webb ou por outros telescópios são efetuadas utilizando o método de trânsito, também conhecido como fotometria de trânsito. Um telescópio não precisa de fotografar diretamente um exoplaneta para o detetar – basta uma pequena queda de brilho quando este transita em frente da sua estrela. O Kepler usou este método com grande sucesso, detetando milhares de novos mundos.

Qualquer exoplaneta que albergue vida, tal como a conhecemos, terá uma atmosfera, e essa é a chave para a potencial capacidade de deteção de vida do Webb. Quando um exoplaneta transita por uma estrela e bloqueia a luz, uma pequena porção da luz estelar atravessa a sua atmosfera.

Vida extraterrestre poderá ser vista pelo James Webb

A composição da atmosfera faz com que esta absorva alguns comprimentos de onda da luz, deixando passar outros. Este espectro de absorção pode assim dizer-nos o que existe na atmosfera desse exoplaneta. O Webb confirmou que isto também é possível. No final de 2022, os cientistas anunciaram que o James Webb recolheu com sucesso dados sobre a atmosfera do WASP-39b, a cerca de 700 anos-luz de distância.

Uma vez que não se conhecem planetas com vida extraterrestre, a equipa internacional teve de conceber exoplanetas simulados para comparar com as capacidades do Webb.

A equipa criou cinco tipos de exoplanetas para testar, alguns habitáveis e outros não. Havia um mundo oceânico, um mundo coberto de vulcões, um mundo jovem que estava a ser despedaçado durante o seu período de grande bombardeamento, uma super-Terra e um mundo como a Terra. Assumiram que todos teriam uma atmosfera não mais do que cinco vezes mais densa do que a da Terra, permitindo a passagem da luz e a produção de dados espectrais.

Utilizando estes mundos artificiais, a equipa calculou os espectros de absorção de várias moléculas ligadas organicamente, incluindo metano, amoníaco e monóxido de carbono. Embora existam fontes naturais para estas moléculas, encontrá-las juntas em concentrações elevadas é um bom indicador de que algo está vivo.

De acordo com o estudo, o instrumento NIRSpec G395M/H do Webb é suficientemente sensível para detetar estas biomoléculas num período de dez trânsitos do exoplaneta. Para um planeta como a Terra, isso pode demorar muito tempo, com um trânsito por ano terrestre. Os planetas que orbitam mais perto de estrelas anãs vermelhas mais frias podem transitar uma vez em cada poucas horas, o que os torna alvos mais fáceis de analisar.

O sistema Trappist-1, que tem vários mundos do tamanho da Terra, pode ser o local perfeito para testar esta hipótese.

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