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Investigador idealizou uma fábrica de úteros artificiais. Leu bem!

Ainda não existe, mas, caso se concretize, vai assemelhar-se a um bilhete de ida para o futuro. Imagine: um bebé a crescer dentro de uma cápsula, um cordão umbilical artificial, sinais vitais constantemente monitorizados e disponíveis através de uma aplicação, vídeos reais de progressão, e possibilidade de escolher a cor dos olhos, ajustar a altura e tom de pele…

Esta ideia vai inquietar alguns e revoltar outros. Certamente, vai surpreender todos.


Consciente daquilo que pode representar uma gravidez – a par da magia, está o cansaço, a dor, as náuseas, os momentos invasivos -, o produtor, cineasta e comunicador científico Hashem Al-Ghaili, baseado em Berlim, pensou numa nova forma de trazer um bebé para o mundo, sem a gravidez, propriamente dita, e sem o trabalho de parto. Esta ideia surge da necessidade dos pais que estão “cansados ​​de esperar por uma resposta de uma agência de adoção”, da preocupação “com as complicações da gravidez”, e, mais importante, no sentido de combater a infertilidade.

Chama-se EctoLife Artificial Womb Facility e promete revolucionar o conceito da gravidez. Apesar de ser apenas uma ideia, um conceito pensado por um investigador, Al-Ghaili acredita que a ciência não está longe e que este novo modelo de paternidade pode ser possível dentro de alguns anos, e pode generalizar-se em algumas décadas.

Um bebé a crescer numa cápsula? És tu, Futuro?

A EctoLife prevê que um embrião cresça num ambiente idealizado, em “cápsulas” transparentes, e com um cordão umbilical artificial capaz de fornecer oxigénio e nutrição, à medida que o corpo flutua em líquido amniótico artificial, continuamente renovado com hormonas, anticorpos e agentes de crescimento.

Na opinião de Al-Ghaili, a ciência não está longe de conseguir replicar as condições ideais de gestação, num útero com temperatura controlada. Esse ambiente pode ser potencializado com pequenos altifalantes que podem assegurar o estímulo cerebral, desde música até à voz dos pais.

Uma vez na “cápsula”, os sinais vitais podem ser constantemente monitorizados e os dados reais podem ser apresentados numa aplicação, à qual os pais têm acesso. Mais do que isso, podem acompanhar o desenvolvimento, através de vídeos captados por uma câmara.

Todo este processo, dentro de uma das 400 “cápsulas de crescimento” que a EctoLife teria em cada um dos seus 75 laboratórios. O objetivo passaria por garantir que cada uma destas instalações “produziria” cerca de 30.000 bebés por ano. Para aqueles que não quisessem o seu bebé nas instalações, seria possível manter a “cápsula” em casa.

Caso pareça uma alternativa demasiado futurista e impessoal, Al-Ghaili pensou que aqueles que queiram sentir o bebé, podem fazê-lo através de um fato háptico.

De acordo com o New Atlas, os bebés humanos estão entre os mais indefesos e subdesenvolvidos do reino animal. Isto, porque, contrariamente a um bezerro, que sai do útero a dar os primeiros passos instáveis, temos cérebros demasiado grandes para a anca feminina. Por isso, nascemos de forma precoce, com crânios macios e maleáveis… cedo, em relação a outros animais.

Com a EctoLife Artificial Womb Facility, esse limite biológico deixa de existir, uma vez que podem experimentar-se períodos gestacionais mais longos, e conhecer-se resultados impressionantes.

Além disso, posteriormente, os pais poderão optar por engenharia genética, ajustando algumas características, como a altura, inteligência e até tom de pele, através do sistema CRISPR-Cas 9.

Embora possa parecer desumano, Al-Ghaili aponta várias vantagens desta alternativa: desde a gestação sem o desconforto da gravidez, a possibilidade de monitorização em tempo real, que permite detetar anomalias precocemente, a distância de infeções, a possibilidade de a pessoa que seria a gestante poder fazer a sua vida normalmente, a oportunidade de um bebé garantida àqueles que não podem conceber naturalmente…

Diga-nos, nos comentários, o que acha desta ideia!

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