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Insetos equipados com tecnologia podem substituir cães na deteção de explosivos

Os cães polícia têm sido usados desde a idade média para fazer cumprir a lei. Nesse sentido, são usados até aos dias de hoje para detetar variados produtos, entre eles droga e explosivos. O olfato canino é um dos melhores nesse sentido.

Apesar de os resultados serem muito positivos, capacitar um animal para cumprir esta tarefa é uma atividade dispendiosa que exige muito tempo e dedicação. Nesse sentido, há estudos que referem os insetos para realizar estas tarefas.


Gafanhoto pode ser o novo “cão pisteiro”

Uma nova abordagem nesta área descrita num estudo da Universidade de Washington em Missouri, nos Estados Unidos, descobriu outro animal que pode ser um detetor ideal de substâncias explosivas.

Trata-se do gafanhoto-sul-americano, Schistocerca americana (nome científico).

 

Menos treino que os cães e mais baratos de usar

Enquanto o olfato em humanos ou cães depende do nariz, em insetos, os recetores olfativos são encontrados nas antenas. Graças a elas, estes podem detetar odores no ar, seja de comida, de predadores ou produtos químicos.

Os neurónios recetores olfativos, por sua vez, enviam sinais elétricos para uma parte do cérebro do inseto conhecida como lobo antenal. Conforme é descrito, cada antena do gafanhoto-sul-americano tem cerca de 50 000 destes neurónios.

Para aproveitar este sistema e avaliar a capacidade do gafanhoto-sul-americano de diferenciar aromas, o investigador Baranidharan Rama e a sua equipa implantaram elétrodos nos lobos das antenas dos insetos. Posteriormente, lançaram diferentes vapores nas proximidades.

Alguns continham traços de explosivos como dinamite, trinitrotolueno (TNT) e 2,4-dinitrotolueno (DNT). Outros, continham substâncias inofensivas.

Assim, após verificarem o comportamento dos insetos, estes descobriram que as diferentes essências ativavam diferentes neurónios nos lobos das antenas dos gafanhotos.

Ao analisar os sinais elétricos detetados pelos elétrodos, os investigadores conseguiram determinar quando os insetos detetavam explosivos e quando não.

 

Gafanhoto com mochila tecnológica

Os gafanhotos são equipados com um chip especial que interpreta os sinais cerebrais dos insetos. O resultado acende uma luz: verde para tudo em ordem e vermelho quando o gafanhoto cheira os explosivos.

Assim, para transportar estes chips, foram aplicadas pequenas bolsas, uma espécie de mochila que eles carregavam na parte de trás do corpo. Dentro, a tecnologia registava os sinais e transmitia-os diretamente para o computador.

Claro que devido ao peso deste dispositivo, os gafanhotos perderam mobilidade. No entanto, para superar este obstáculo, os cientistas colocaram os insetos numa pequena plataforma com rodas e controlo remoto que lhes permitiam movê-los em direções diferentes.

Quando testado com um único inseto, a precisão da deteção foi de 60%. No entanto, quando eles testaram sete gafanhotos juntos, a precisão chegou a 80%

O nosso estudo fornece a primeira demonstração de como os sistemas olfativos biológicos podem ser usados para desenvolver uma abordagem de deteção química robótica.

Explicaram os autores do estudo.

 

Gafanhoto mostra imensa capacidade para detetar explosivos

A capacidade dos gafanhotos de detetar explosivos foi estendida durante sete horas. Após esse período, os insetos ficaram esgotados e morreram.

O próximo passo será avaliar como eles se comportam e qual a sua eficácia a detetar explosivos se o ambiente apresentar vários odores, como seria o caso numa situação real.

Provavelmente a tecnologia irá diminuir e permitir ao inseto ter de novo a mobilidade e tornar-se num elemento pisteiro.

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