Com as listas de espera para transplante de órgãos a aumentar a cada dia, os cientistas têm procurado soluções, de entre elas a sua impressão. Agora, um grupo de cientistas imprimiu em 3D uma peça funcional do coração.
Este (aparente) pequeno passo poderá ser útil para tratar anomalias do coração que não impliquem o transplante de um órgão inteiro.
De acordo com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação, as listas de espera para transplante de órgãos e tecidos continuam a aumentar e o número de dadores não é suficiente para responder a essa necessidade. A realidade que se vive em Portugal poderá ser a de muitos outros países e, por isso, os cientistas têm procurado a solução num método moderno.
Se já conhecemos a impressão 3D de pulmões, por exemplo, um grupo de cientistas do Wyss Institute de Harvard conseguiu, agora, imprimir uma peça funcional do coração. Apesar de terem corações impressos em 3D, em silicone ou células dos próprios pacientes, esses não têm correspondido ao que é esperado e não servem para realmente consertar corações.
Promovendo avanços no sentido de criar corações impressos em 3D funcionais, a equipa de cientistas desenvolveu uma técnica para imprimir microfilamentos cardíacos longos que se transformam em filamentos semelhantes a músculos. Essa técnica imita o alinhamento dos componentes de um coração – algo que tem sido difícil de concretizar -, enquanto produz tecido suficientemente espesso para ser utilizado no coração.
Segundo o Interesting Engineering, o método desenvolvido pela equipa resultou de um aperfeiçoamento da tecnologia de bioimpressão SWIFT (Sacrificial Writing in Functional Tissue) do Wyss Institute. Os cientistas criaram uma plataforma com 1.050 furos e encheram-nos com células estaminais pluripotentes induzidas – células jovens capazes de se desenvolverem em múltiplas formas –, com um colagénio proteico e células para formar um tecido.
Apesar de ser um passo gigante, esta é apenas uma pequena peça, pelo que imprimir em 3D todo um coração totalmente funcional implicará muito trabalho.
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