Pplware

Empresa quer pagar mais de 100 mil euros pelos direitos da sua cara

O nosso rosto passou, desde há alguns anos para cá, a ter um valor ainda maior do que o que já tinha. Assim, captar os traços de uma cara, reproduzir as expressões, pode hoje ser um grande negócio. Quem o diz é uma empresa que quer pagar para ter direitos sobre a cara das pessoas. A ideia é transportar as suas feições, rugas, traços emocionais e uma identidade para uma variedade de robôs.

Segundo dizem, o projeto ainda é secreto, mas já está a abrir um novo e complexo debate.


Pagar para colocar caras humanas em robôs

Uma empresa privada anónima está a oferecer-se para pagar a uma pessoa £100.000 (aproximadamente 116 mil euros) pelos direitos de uso da sua cara numa variedade de robôs.

A empresa quer usar a imagem para dar um rosto a um robô humanoide. Este terá a função de ser um “amigo virtual” para pessoas idosas. Nesse sentido, os responsáveis da empresa estão especialmente interessados em encontrar alguém com um rosto “amável e amigável”.

O projeto está em desenvolvimento há cinco anos e está programado para arrancar no próximo ano. Desse modo, há um objetivo para produzir “potencialmente milhares de versões dos robôs em todo o mundo”.

 

Secretismo envolve novo negócio de comprar direitos do rosto

Para além desta parca informação, o anúncio é notavelmente escasso em detalhes. Para começar, o nome do designer ou da empresa não é conhecido. Também não é claro aquilo com o que as pessoas irão contar, embora a Geomiq, uma empresa de engenharia sediada em Londres que está a ajudar a desenvolver o projeto, diga que eles revelarão mais detalhes aos candidatos que chegarem à próxima fase do projeto.

Os detalhes do projeto são escassos devido a um acordo de confidencialidade que assinamos com o designer e os seus investidores.

A empresa diz que a necessidade de anonimato se deve à natureza ‘secreta’ do projeto, mas acredita que o robô logo estará ‘prontamente disponível’ para o público e espera que a campanha crie um buzz extra antes do seu eventual lançamento.

Explicou a Geomiq num post no seu blog.

Escusado será dizer que as pessoas estão um pouco céticas quanto à oferta. Independentemente das finas legalidades do acordo, muitas pessoas ficaram confusas quanto ao porquê do projeto não ter usado a tecnologia da Generative Adversarial Network (GAN) para criar caras humanas falsas.

Embora ainda na sua infância, esta tecnologia tem sido usada para criar falsos rostos fotorrealistas que os humanos reais são incapazes de distinguir de uma pessoa genuína.

Veja em baixo um exemplo incrível:

 

Mas o que é realmente o GAN?

GAN ou uma rede contraditória generativa é uma classe de sistemas de aprendizagem automática inventada por Ian Goodfellow e colegas em 2014. Duas redes neuronais competem entre si num jogo. Dado um conjunto de treino, esta técnica aprende a gerar novos dados com as mesmas estatísticas que o conjunto de treino. Por exemplo, um GAN treinado em fotografias pode gerar novas fotografias que parecem pelo menos superficialmente autênticas para os observadores humanos, com muitas características realistas.

Segundo alguns dados, existem bases de dados com 100 mil rostos realistas (mas não reais) já disponíveis. Nesse sentido, muitos questionam-se por que razão esta empresa quer “comprar” direitos de rostos reais. O que estará por trás desta intenção? São muitas questões que se colocam, mas o negócio em torno da face, parece estar acrescer.

Exit mobile version