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E se os humanos tivessem um polegar extra, será que dava jeito?

A espécie humana evoluiu durante milhões de anos e continua a evoluir, hoje em grande parte, com a ajuda da tecnologia. Contudo, pequenos grandes pormenores fazem do humano uma espécie dominante. Um desses trunfos são os polegares opositores que nos tornam os primatas dominantes que somos. Mas, se em vez de um polegar mão, tivéssemos dois?

É aqui que a tecnologia pode ser interessante ao nos equipar com um polegar extra. Parece uma ideia descabida, mas se de facto tivéssemos este dedo extra, a nossa realidade do dia a dia poderia ser completamente diferente.


Um terceiro polegar será aceite pelo nosso cérebro?

Uma investigação realizada pela University College London (UCL) em colaboração com a designer Dani Clode, criou um polegar extra para testar as nossas capacidades cerebrais. Isto é, com um dedo extra, como será que o nosso cérebro reage e se adapta à coordenação motora?

Usando um dedo robótico, foi criado um polegar, impresso em 3D, que funciona como um membro que imita o dedo natural. Este dedo é controlado remotamente (wireless) através de dois sensores sensíveis à pressão ligados aos dedos grandes dos pés.

A obra de arte robótica foi criada pelo designer Dani Clode e agora usado por cientistas da UCL para descobrir como o aumento do corpo é percebido pelo cérebro humano.

Os investigadores testaram o terceiro polegar durante cinco dias nos quais os participantes do estudo aprenderam a usar o apêndice para várias tarefas envolvendo agarrar objetos, segurar uma caneca e também atividades mais complexas.

Todos eles conseguiram dominar o uso do polegar muito rapidamente e, o mais importante, começaram a experimentar uma sensação de incorporação, o que significa que o polegar começou a parecer uma parte natural do corpo.

 

Aumento do corpo e plasticidade cerebral

O estudo revelou que os participantes começaram a mudar a maneira como usavam os outros dedos, mesmo quando o polegar robótico não estava preso à mão. Após um longo período de uso do dispositivo, o cérebro passou a perceber os outros dedos de maneira diferente e a mudar os seus movimentos naturais.

A investigação conclui que o nosso cérebro é capaz de se adaptar rapidamente a um dispositivo de aumento corporal e integrá-lo como uma parte natural do corpo.

Os cientistas querem fazer mais testes para recolher informações mais valiosas, mas esperam que a descoberta possa levar a uma integração homem-robô realmente tranquila, podendo mesmo mudar radicalmente a maneira como abordamos as próteses.

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