Aliadas, a tecnologia e a medicina são capazes de grandes feitos. De facto, um grupo de investigadores japoneses desenvolveu um sistema que reinicia o batimento cardíaco em três minutos, caso o coração seja ferido em emergências.
“A janela para evitar a morte cerebral após a interrupção da circulação sanguínea é de apenas três minutos“, escreveu uma equipa de investigadores que procurou resolver este problema, criando um mecanismo capaz “de retomar a circulação dentro deste período de tempo“.
Na sua opinião, um sistema deste tipo é crucial, uma vez que “em emergências, os métodos mais rápidos do que este que temos agora continuam a ser impraticáveis“.
De acordo com a equipa da Universidade de Tohoku, no Japão, a inspiração para a criação deste sistema surgiu do tiroteio fatal de julho de 2022 contra o antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Os investigadores afirmaram que desenharam um sistema para emergências, como ataques terroristas, por exemplo.
O mecanismo é capaz de retomar a circulação sanguínea num coração que se tenha visto ferido.
De acordo com um relatório da agência noticiosa japonesa Jiji Press, citado pelo Interesting Engineering, o sistema foi desenvolvido por Yasuyuki Shiraishi, professor associado do Instituto de Desenvolvimento, Envelhecimento e Cancro da universidade, e pelos membros da sua equipa.
Se conseguirmos controlar a hemorragia e realizar uma toracotomia de emergência (cirurgia para aceder ao espaço pleural do tórax), há uma hipótese de salvar a vida do doente.
Escreveu a equipa.
O sistema de três minutos criado pelos especialistas japoneses compreende uma divisão precisa de tarefas para assegurar a via aérea do paciente, efetuar uma toracotomia de emergência, controlar a hemorragia e administrar transfusões. Tudo isto, no espaço de três minutos, por forma a reiniciar rapidamente a circulação sanguínea.
O processo inclui a punção do ventrículo esquerdo para ligar uma bomba artificial enquanto se efetua a reanimação de emergência e a entubação lado a lado. A bomba é então ligada à artéria femoral para estabelecer um fluxo sanguíneo que restaure a função circulatória do coração.
Nos cenários em que a ligação através da artéria femoral é difícil devido à localização da lesão, o sistema exige a garantia de uma via alternativa. Além disso, permite a adição de um pulmão artificial para os casos em que há uma lesão pulmonar envolvida.
Se for implementado, este sistema poderá aumentar significativamente o número de doentes salvos.
Escreveu a equipa, que planeia estabelecer e demonstrar o sistema, em breve.