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Cientistas fazem descoberta espantosa sobre a origem da linguagem no cérebro

O cérebro humano é um grande enigma para a ciência. Apesar das várias questões já respondidas sobre a nossa espécie, há ainda muita coisa que se desconhece. Tudo aquilo que somos capazes de fazer hoje é fruto de uma evolução que conta com milhares e milhares de anos. Assim, uma das maiores incógnitas, para os cientistas, é perceber de que forma é que os seres humanos se tornaram capazes de falar.

Um novo estudo vem documentar algo bastante espetacular sobre o cérebro muito antigo: a origem da linguagem no cérebro é 20 milhões de anos mais antiga do que pensávamos. Este é um salto considerável do palpite de 5 milhões de anos de estudos anteriores.


 

O cérebro de animais pode ser a máquina do tempo necessária

De modo a perceber o funcionamento do cérebro humano, e sem possuir qualquer método para voltar ao passado, os cientistas têm de recorrer aos cérebros animais mais semelhantes aos nossos ancestrais extintos. Assim sendo, os cérebros dos animais modernos podem abrir o livro que é a nossa história e ajudar a perceber como funcionavam as mentes antigas.

Num novo estudo publicado na revista Nature Neuroscience, investigadores do Reino Unido chegaram à conclusão que a origem da linguagem no cérebro é 20 milhões de anos mais antiga do que se pensa.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram radiografias de fonte aberta e realizaram radiografias a cérebros de humanos, macacos e primatas. Atualmente, os cientistas em todo o mundo acreditam que este meio de comunicar foi desenvolvido no cérebro humano há cerca de 5 milhões de anos.

Todavia, a equipa que elaborou o estudo recolheu novas observações, nas três espécies em análise. A partir daí, percebeu que os primeiros sinais associados à linguagem datam o emergir das vias neurológicas. Esta evidência remonta à última vez que os humanos partilharam um antepassado com a Macaca (macaque monkey). Isto, há pelo menos 25 milhões de anos.

 

A chave está no cérebro

No cérebro humano, o arcuate fasciculus é um conjunto de fibras e de uma via neurológica que liga às áreas da linguagem expressiva e recetiva do cérebro. Os chimpanzés têm um conjunto semelhante, com a mesma função, nos seus cérebros. Em biologia, dá-se o nome homólogo: um conjunto de genes partilhados com um antepassado.

A questão passava por perceber se os macacos possuem uma via semelhante à estudada. No caso, alguns cientistas pensam que o caminho para chegar ao cerne da linguagem humana só está acessível através de testes em humanos. Contudo, Christopher Petkov, professor de neuropsicologia, disse que esse caminho ainda não foi descoberto, porque os cientistas têm procurado no lugar errado.

Assim, a equipa previu que a via podia estar escondida no sistema auditivo do cérebro. Para isso, analisaram radiografias cerebrais realizadas em macacos, chimpanzés e humanos, focando-se especificamente no córtex auditivo e nas vias cerebrais.

Depois disso, chegaram à conclusão que, tanto os primatas, como os macacos, tinham a sua própria versão do canal de linguagem humana: o arcuate fasciculus.

Além disso, descobriram, no cérebro humano, que o lado esquerdo do canal é mais forte e o lado direito envolve as partes não auditivas do cérebro. No caso do cérebro do macaco e do chimpanzé, o canal funciona de forma diferente.

 

Um grande passo na descoberta da origem da linguagem

A equipa prevê que o sistema auditivo de uma espécie de primata ainda mais distante pode mostrar que este canal surgiu há 25 milhões de anos, pela primeira vez. Por outro lado, pode ser possível perceber que a origem é ainda mais antiga.

Este estudo representa uma parte essencial da evolução humana e pode ainda ajudar diretamente as pessoas, hoje em dia. Perceber como funciona o canal da linguagem, no cérebro, já espoletou vários estudos realizados em pacientes de neurologia que, por alguma razão, perderam as habilidades de linguagem.

Este e outros estudos deste género podem ajudar a perceber o caminho que os especialistas devem tomar para ajudar esses pacientes.

 

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