A ideia é promissora, e parte de uma das maiores empresas de data center da Europa que quer aproveitar o calor das suas placas gráficas, assim como de outros componentes, para cultivar flora marinha sustentável — mas valerá a pena?
Algas recicladas em energia
Os data centers produzem muito calor residual que poderia um dia ser reciclado e usado para aquecer milhões de lares.
Agora, a empresa francesa de alojamento de dados Data4 associou-se à Universidade de Paris-Saclay para lançar um projeto que visa usar o calor dos data centers para cultivar algas, que podem então ser recicladas em energia.
O projeto-piloto, programado para começar no início de 2024, será testado na região de Paris e surge como resposta ao crescente impacto ambiental dos data centers, que viram um aumento anual de 35% no armazenamento de dados em todo o mundo.
Método é 20 vezes mais eficaz a capturar CO2 que uma árvore
As algas cultivadas a partir do CO2 captado serão recicladas em biomassa para criar fontes circulares de energia e também serão usadas na produção de bioprodutos para outras indústrias.
Segundo um estudo de viabilidade conduzido com a startup Blue Planet Ecosystems, a eficiência de captura de carbono desse método pode ser 20 vezes maior do que a de uma árvore.
A Data4 afirma que usar o calor residual do data center para o crescimento de algas é uma alternativa mais eficiente à prática comum de usá-lo para aquecer os lares próximos, que utiliza apenas 20% do calor produzido.
Este projeto de biomassa aumentada enfrenta dois dos principais desafios de nosso tempo: segurança alimentar e transição energética. Isso requer uma colaboração próxima entre todos os atores da região de Essonne, incluindo a Data4, para desenvolver um projeto de ecologia industrial genuíno, com o objetivo de reunir recursos e reduzir o consumo na região.
Diz Linda Lescuyer, Gerente de Inovação da Data4.