Pplware

Afinal, comer ovos pode até reduzir o chamado colesterol mau?

As orientações sobre o consumo de ovos têm sido extremamente inconsistentes: uns estudos dizem que podem ser prejudiciais à saúde, enquanto outros defendem que são uma excelente fonte de nutrientes. Uma investigação recente concluiu que, afinal, comer ovos pode reduzir o chamado colesterol mau.


Desconstruir o colesterol

O colesterol é uma substância natural, produzida pelo fígado e, também, com origem nos alimentos que ingerimos, estando presente no nosso organismo em condições normais.

Uma vez que quando atinge valores elevados passa a ser um fator de risco, principalmente para doenças cardiovasculares, o colesterol deve ser monitorizado e a determinação do seu nível no sangue, ou colesterolemia, é uma das análises mais pedida pelos médicos no grupo da química sanguínea.

No sangue, o colesterol não circula dissolvido – é transportado por proteínas, formando lipoproteínas, ou seja, compostos formados por proteínas e lípidos.

Existem dois tipos de lipoproteínas que transportam a susbtância, sendo classificadas em função da proporção de proteína e de gordura que contêm. Além disso, as proteínas que as constituem, bem como as suas funções, são diferentes:

De forma simples, o colesterol das LDL é habitualmente designado como mau, porque o aumento dos seus níveis no sangue está mais relacionado com um aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

Por sua vez, o da HDL é habitualmente designado bom, porque o aumento dos seus níveis no sangue não está relacionado com um aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

O valor recomendado para o colesterol bom depende do género:

Por fim, o colesterol total é a soma do das LDL, do das HDL e de um quinto do nível de triglicéridos no sangue. O colesterol total no sangue deve ser inferior 190 mg/dL.

Então, comer ovos pode ser benéfico?

Ao longo dos anos, as orientações sobre o consumo de ovos têm sido inconsistentes, com alguns estudos a sugerir que este alimento pode ser prejudicial à saúde, e outros a defendem-nos como uma excelente fonte de nutrientes.

Agora, um estudo recente acrescenta um argumento favorável aos ovos, após uma análise das influências discretas da gordura saturada e do colesterol nas LPL no organismo.

Os ovos têm sido injustamente criticados por recomendações alimentares desatualizadas. Eles são únicos — ricos em colesterol, sim, mas pobres em gordura saturada. No entanto, é o seu nível de colesterol que muitas vezes leva as pessoas a questionar o seu lugar numa dieta saudável.

Neste estudo, separámos os efeitos do colesterol e da gordura saturada e descobrimos que o colesterol elevado proveniente dos ovos, quando consumido como parte de uma dieta com baixo teor de gordura saturada, não aumenta os níveis de colesterol mau. Em vez disso, foi a gordura saturada que foi o verdadeiro impulsionador do aumento do colesterol.

Afirmou o cientista do exercício Jonathan Buckley, da Universidade da Austrália do Sul.

Os investigadores recrutaram 61 adultos com os mesmos níveis basais de colesterol LDL e pediram-lhes que seguissem três dietas diferentes, durante cinco semanas cada. Um total de 48 participantes completou as três dietas.

Os resultados mostraram que dietas ricas em gordura saturada estavam correlacionadas com um aumento nos níveis de colesterol LDL. No entanto, a dieta rica em colesterol e pobre em gordura saturada produziu uma redução nos níveis de colesterol LDL, sugerindo que os ovos não são responsáveis pelo colesterol mau.

Segundo Buckley, “pode dizer-se que apresentámos provas concretas em defesa do humilde ovo; portanto, quando se trata de um pequeno-almoço cozinhado, não é com os ovos que se deve preocupar — é com a porção extra de bacon ou a salsicha que é mais provável que tenha impacto na saúde do seu coração“.

Exit mobile version