Já se sente o motor a aquecer, depois da decepção que foi a apresentação da Google, o mundo vira-se agora para o evento WWDC 2015 onde a Apple poderá apresentar novidades que façam esquecer um pouco a falta de novidades que o mercado tecnológico tem sofrido.
Mas, afinal, será que pode a Apple surpreender, ou irá na mesma cantiga da Google, mansa, e apenas mostrar pequenos saltos? O que podemos esperar do evento WWDC 2015?
Estamos a poucos dias do início da Worldwide Developers Conference e já se começa a falar nalguns temas que são bem prováveis que a Apple apresente na conferência.
Por norma a empresa de Cupertino foca-se em produtos dedicados e relacionados com programação e para programadores, mas aproveita este evento para deixar alguns “rebuçados” ao mercado, tal como o novo iOS 9, a nova Apple TV ou mesmo o novo serviço de música por streaming que deve estar por aí a aparecer.
Além disto, alguns “entendidos” na matéria e que estão mais chegados à casa mãe, com alguns contactos mais estreitos, deixam outro tipo de prognósticos de que podem já ser apresentados, de 8 a 12 de Junho, no Moscone Center na cidade de San Francisco.
iOS 9
Todos os anos este é um palco para revelar software novo para o iPhone e para o iPad e, sem estas novidades, a WWDC não teria a mesma graça. Há rumores de que o iOS 9 será sobretudo um grande salto no que toca às melhorias de desempenho, mas também poderão aparecer novos recursos e um deles, segundo dizem, podem ser as direcções dos transportes públicos incluídas no Mapas da Apple.
O Apple Watch pode, de alguma forma, trazer influências ao iOS 9, assim como algumas melhorias no que toca ao Spotlight e, no caso do iPad, finalmente ter aplicações lado a lado, para facilitar a interacção entre elas.
OS X 10.11
A manter-se fiel à numeração que já nos habituou, a Apple irá mostrar novidades agora na versão OS X 10.11, durante a keynote do próximo WWDC. Contudo ainda ninguém sabe ao certo o nome do próximo sistema operativo, que sucederá o Yosemite.
A Apple pediu já o registo de vários nomes de monumentos famosos como Califórnia Mammoth, Big Sur, Tiburon, Monterey e Sonoma.
Não se espera que esta nova versão venha deixar o mundo de boca aberta, espera-se sim que venha corrigir os bugs e deixar o OS X um pouco mais fluído. Tal como no iOS 9, a Apple deve concentrar-se no detalhe, no pormenor que tem faltado nos últimos tempos. É mau demais acabar de lançar uma versão e esta apresentar problemas graves de performance e segurança. É necessário que corrijam e melhorem recursos como o Siri, o centro de Controlo, melhorar o Spotlight, o sistema de segurança e uma melhor ligação às mais recentes ferramentas.
HomeKit
Desde que foi revelado o HomeKit no meio de uma onda de anúncios ambiciosos na WWDC 2014, a Apple tem mantido relativamente tranquila a sua plataforma de domótica. No entanto, o HomeKit poderia desempenhar um papel muito maior na conferência deste ano.
Provavelmente não haverá qualquer hardware HomeKit da Apple, mas poderá haver uma explicação sobre como tudo funciona em termos de interacção da Apple TV e o hardware HomeKit recentemente anunciado, como lâmpadas inteligentes, termostatos e fechaduras. Ainda muito se irá falar sobre o HomeKit nesta conferência… afinal andamos há anos a falar da Internet das Coisas.
Apple TV e App Store
Depois da Apple ter lançado no ano passado um kit de desenvolvimento na área da domótica, ao qual deu o nome de HomeKit e de terem já saído vários produtos a usufruir desta tecnologia, é de esperar que a Apple TV receba grandes actualizações para também ela se integrar neste conceito.
Já sabemos que o serviço web de TV da Apple não será apresentado na WWDC, mas isso não quer dizer que a Apple não apresente o hardware e o software que a pequena caixa de TV viu melhorado. A interface da Apple TV necessita desesperadamente de uma actualização mas não nos parece que esteja para breve pois esta precisa de aplicações de terceiros. Um SDK poderá ter mostrado que, na próxima semana, será revelada uma nova funcionalidade, provavelmente o suporte 4K, armazenamento extra e um novo controlo remoto (possivelmente com trackpad). Mas teremos de esperar para ver se a Apple mostra já as novidades ou se vai esperar que o seu serviço de TV esteja pronto para mostrar tudo ao mesmo tempo.
Apple Watch
As aplicações para o Apple Watch são lentas a abrir, mas isto já vem de trás, desde o anúncio do dispositivo. Contudo, Jeff Williams, chefe de operações da Apple, já revelou que está já a caminho um sistema de apoio ao Apple Watch que irá aumentar a performance das aplicações, bem como o aumento da velocidade quando as apps necessitam de ter acesso aos sensores.
Não é de todo previsível que a Apple lance já a informação de um novo Apple Watch, até porque o que se encontra actualmente no mercado ainda não chegou ao mundo inteiro, havendo poucos países a beneficiar da sua exposição no mercado. Poderá haver sim uma actualização grande do Apple Watch o que deixaria os utilizadores satisfeitos.
Apple Pay
O serviço de pagamento Apple Pay teve um sucesso que a própria Apple não contaria. Pelo menos foi assim que se expressou Tim Cook quando constatou os números de utilização deste seu novo serviço.
Claro que a Google, depois de anunciar na semana passada o Android Pay, obriga a Apple a actualizar e a aumentar a facilidade de utilização do Apple Pay, até porque é possível dar-lhe um impulso extra. A Apple pode, por exemplo, criar um programa de fidelização e premiar quem use mais o serviço Apple Pay, de forma a trazer para si mais pagamentos por este método… isto poderia também beneficiar os comerciantes, parceiros da Apple!
Para já, o Apple Pay, poderá não receber o update 2.0, mas há movimentações, quer em termos de mais países a receber o serviço, como o Reino Unido e Canadá já neste verão, quer em operadores. Esta é uma área que a Apple também poderá trazer alguma informação no evento.
Beats by Apple
Está a demorar o arranque deste serviço, que vem suceder ao Beats Music e, segundo dizem, é certo que será apresentado o novo trunfo para a música streaming no WWDC 2015. Este novo serviço da Apple, para distribuir música por streaming, tem um custo expectável de 10 dólares por mês e terá a participação de celebridades como os DJsDrake, Pharrell Williams e até do empregado da casa Dr. Dre.
Se a Apple quer inovar e derrotar os grandes serviços já existentes neste segmento, terá de apostar em algo que convença os seus utilizadores. Poderá ser pelo preço, pela quantidade de oferta ou até poderá ser por algo que não está definido aos olhos de quem estuda o tipo de ofertas a este mercado. O que é certo é que poderá ser um fracasso se a Apple não apostar muito forte, até porque é um mercado que não dá margem para erros ou para experimentos!