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Novo estudo sugere que iPhone e Apple Watch podem ajudar pessoas com artrite reumatoide

Com apurada tecnologia, o iPhone e o Apple Watch são atentos dispositivos que auscultam os nossos sinais vitais e outros dados relativos à nossa saúde. Por várias vezes estes equipamentos foram sugeridos para deteção de doenças e quadros clínicos mais complexos. Desta vez, um novo estudo sugere que o iPhone e o Apple Watch podem ajudar pessoas com artrite reumatoide.


Artrite reumatoide: O que é?

A artrite reumatoide (AR) é uma doença reumática inflamatória que se manifesta sob a forma de uma poliartrite (definida pelo envolvimento de três ou mais articulações), bilateral (afeta articulações nos dois lados do corpo), simétrica (atinge as mesmas articulações dos dois lados do corpo), progressiva, destrutiva e deformante.

Esta evolução culmina, após 10 a 20 anos de evolução da patologia, em particular nos pacientes com resposta parcial aos tratamentos, em algum grau de incapacidade motora.

Em Portugal, a artrite reumatoide é a doença reumática inflamatória mais prevalente, atingindo cerca de 0,3% a 0,4% da população portuguesa.

A causa da artrite reumatoide é desconhecida, estando contudo identificados vários fatores de risco, como as infeções, a genética e as alterações hormonais. Trata-se de uma doença autoimune, o que significa que as defesas do organismo atacam os seus próprios tecidos.

A apresentação clínica da artrite reumatoide é variável, com um início da doença de forma aguda ou lenta, ou entre estes dois extremos, de forma subaguda. O início lento ou gradual é mais frequente (cerca de 2/3 dos casos), enquanto um início agudo é menos comum.

Começa predominantemente como uma doença articular, com uma ou várias articulações afetadas, mais frequentemente as pequenas articulações das mãos e dos pés, de forma bilateral e simétrica, podendo, no entanto, manifestar-se de início como uma doença extra-articular ou com uma apresentação não articular, ou ainda predominantemente geral, com dores articulares inflamatórias ou musculares difusas.

A artrite reumatoide pode ocorrer em qualquer período da vida mas é mais comum na meia-idade. O género do indivíduo afeta a suscetibilidade para a doença, de tal forma que esta é cerca de duas a três vezes mais frequente nas mulheres.

No quadro articular há frequentemente, desde o início da doença, fadiga, anorexia, perda de peso e febre baixa. Noutros casos, meses antes do surgimento do quadro de poliartrite, pode ocorrer fadiga isolada ou dor difusa não específica, acompanhada de doença pulmonar.

Como podem ajudar nesta doença o iPhone e o Apple Watch?

Uma nova investigação científica sugere que um Apple Watch e um iPhone podem ajudar as pessoas que sofrem de artrite reumatoide, fornecendo dados mais atualizados aos prestadores de cuidados de saúde.

Especificamente, o estudo foi publicado recentemente na revista Nature. Indica que “as medidas digitais do estado de saúde captadas durante a vida quotidiana poderiam aumentar consideravelmente as atuais avaliações clínicas da artrite reumatoide”.

Mais concretamente, os investigadores realizaram um estudo observacional de 14 dias que investigou se as tecnologias digitais poderiam aumentar os dados existentes dos resultados comunicados pelos doentes. Por outras palavras, eles investigaram se o Apple Watch poderia ajudar os prestadores de cuidados de saúde com dados adicionais.

Curiosamente, os investigadores utilizaram os sensores passivos do Apple Watch para recolher dados sobre uma série de métricas diferentes, incluindo:

A partir daí, a equipa desenvolveu um algoritmo de aprendizagem automática para distinguir o estado da artrite reumatoide de um doente e para estimar a gravidade dos sintomas.

O estudo comparou 30 pessoas com artrite reumatoide (AR) moderada a grave com 30 pessoas saudáveis do grupo de Controlos Saudáveis (HC). Os resultados foram muito prometedores para as pessoas com artrite reumatoide.

Especificamente, a equipa indica que “os resultados diários dos sensores portáteis distinguiram de forma robusta os participantes com AR dos participantes com HC”. Por outras palavras, a estrutura de aprendizagem automática da equipa conseguiu distinguir com precisão entre uma pessoa com artrite reumatoide e uma pessoa saudável apenas com dados de sensores.

Além disso, o estudo refere que “foi recolhido um volume de dados suficiente para captar de forma fiável as características dos participantes com AR”. O estudo também sugere que os médicos poderiam melhorar os níveis de gravidade dos sintomas de artrite reumatoide auto-relatados, complementando os relatórios dos pacientes com dados de sensores.

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