Cada pessoa é única e não há duas iguais, isso é uma certeza. Como tal, para lá dos pontos biométricos convencionais usados, o ser humano pode fornecer muitos outros até hoje por explorar. Por exemplo, o batimento cardíaco, as ondas eletromagnéticas ou a forma do nosso canal auditivo. Nunca pensou nisso? Pois bem, a Apple pensou e já fez o pedido para a respetiva patente para equipar, eventualmente, os AirPods.
A ideia parece querer sair do convencional. Depois de ter desenvolvido tecnologia para a identificação do utilizador através da impressão digital ou do reconhecimento facial, a Apple poderá adicionar uma nova identificação biométrica nos futuros auscultadores in-ear.
Patente poderá trazer aos AirPods um sensor biométrico
Já não é a primeira vez que são atribuídas, aos futuros AirPods, novas funcionalidades e tecnologias. Por exemplo, há alguns meses falou-se na possibilidade destes dispositivos da Apple incorporarem sensores para detetar a frequência cardíaca. Os rumores muitas vezes partem ds informações que as patentes que a Apple regista fornecem.
Assim, um novo pedido de patente descreve duas maneiras possíveis de os AirPods confirmarem a sua identidade antes de permitir o acesso a dados confidenciais, como pedir à Siri para ler as suas mensagens.
Conforme podemos ver, o pedido de patente da Apple descreve um risco potencial de segurança com auscultadores sem fio. Isto é, segundo a empresa de Cupertino, qualquer pessoa pode usar os auscultadores enquanto estiverem ligados a um dos seus dispositivos, e com isso ter acesso a informações privadas e dar comandos à Siri.
Os auscultadores podem ser utilizados para ouvir áudio de outro dispositivo e executar outras funções diversas, tais como fornecer comandos de voz para o dispositivo […]
Podem também ser fornecidas várias saídas ao utilizador através dos auscultadores. Por exemplo, ao receber uma mensagem no dispositivo móvel, tal como uma mensagem instantânea, uma representação audível da mensagem pode ser fornecida ao utilizador através dos auscultadores.
No entanto, os sistemas convencionais não abordam se o utilizador que usa os auscultadores está autorizado a interagir com características pessoais do dispositivo, tais como a receção de mensagens do dispositivo. Consequentemente, são desejados sistemas melhorados de identificação do utilizador que utilizem auscultadores.
Portanto, a Apple poderá usar diversas tecnologias hoje existentes para equipar os seus AirPods. Entre essas tecnologias estarão os sinais ultrassónicos como uma espécie de sonar, para detetar a forma do canal auditivo do utilizador.
Tecnologia pode “ler” o canal interno do ouvido
Segundo a Apple, com acesso a esta tecnologia poderá ser possível determinar várias características, únicas, do ouvido do utilizador. Com o “sonar”, o auscultador poderá fornecer um eco do sinal ultrassónico que é único para o utilizador. Variações na superfície do canal auditivo do utilizador podem fazer com que o sinal ultrassónico reflita da superfície e possa gerar um eco com uma assinatura que está associada a esse mesmo utilizador.
Mas há outras ideias. Por exemplo, os AirPods poderiam utilizar dados de movimento do seu iPhone e/ou Apple Watch para construir uma compreensão da forma como o utilizador caminha – o seu andar – e utilizá-los para confirmar a sua identidade.
Nesse sentido, tais informações recolhidas poderão incluir, por exemplo, informações relativas às características da marcha e/ou corrida da pessoa, tais como características relacionadas com o passo, ritmo e afins. A informação sobre a marcha pode ser ainda comparada com a informação de referência sobre a marcha.
Em resumo, a Apple tem uma ideia de equipar os AirPods com mais tecnologia de segurança, numa resposta à crescente utilização deste gadget. Afinal, os auscultadores podem ser uma porta de acesso à nossa informação privada.